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Trump aumenta tensões globais ao ordenar testes nucleares
 
																								
												
												
											A decisão inesperada de Donald Trump de retomar os testes de armas nucleares gerou críticas internacionais nesta sexta-feira (31), ampliando as tensões entre as principais potências mundiais.
O anúncio foi feito pouco antes de Trump, que se apresenta como um defensor da paz, iniciar um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, na quinta-feira.
Desde 1992, os Estados Unidos não realizam testes nucleares.
O Irã, adversário dos EUA, condenou veementemente a decisão, chamando-a de uma atitude “irresponsável” e uma ameaça à estabilidade e segurança globais.
Abbas Araqchi, ministro das Relações Exteriores iraniano, chamou Trump de “bandido armado com armas nucleares” e acusou-o de perseguir injustamente o programa nuclear pacífico do Irã.
O grupo japonês Nihon Hidankyo, formado por sobreviventes dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, também criticou a ação, ressaltando que ela contraria os esforços globais por um mundo livre de armas nucleares e é inaceitável.
O presidente ordenou ao Departamento de Defesa que reiniciasse os testes nucleares em resposta aos recentes avanços do presidente russo Vladimir Putin em tecnologia atômica.
Em sua rede social Truth Social, Trump afirmou: “Devido aos testes realizados por outros países, orientei o Departamento de Guerra a iniciar nossos próprios testes nucleares para manter igualdade de condições.”
O vice-presidente americano, J.D. Vance, declarou que esses testes são necessários para garantir a funcionalidade do arsenal nuclear dos EUA.
Trump destacou que seu país dispõe do maior estoque de armas nucleares no mundo e elogiou o trabalho feito para modernizar e renovar seu armamento. Ele ainda afirmou que Rússia e China estão atrás dos Estados Unidos no número de armas nucleares, embora dados do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo revelem que a Rússia possui mais ogivas implantadas ou armazenadas do que os EUA.
A China também expressou desaprovação, exortando os Estados Unidos a respeitar o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, do qual Washington é signatário desde 1996, e a contribuir para a manutenção do sistema global de desarmamento e não proliferação.
Trump não especificou que tipo de testes seriam realizados, seja em ogivas nucleares ou em sistemas de transporte de cargas atômicas. A realização de testes nucleares violaria o referido tratado.
As declarações de Trump foram em resposta a anúncios recentes de Putin a respeito de novos mísseis e drones submarinos com capacidade nuclear.
Após o pronunciamento de Trump, o governo russo esclareceu que os testes referidos eram de armas capazes de transportar ogivas nucleares, e não bombas nucleares propriamente ditas.
Um porta-voz da ONU pediu que nenhum teste nuclear seja realizado em qualquer circunstância, alertando para o risco de erros de cálculo ou escaladas perigosas.
Atualmente, EUA e Rússia estão vinculados pelo tratado Novo START, que limita o número de ogivas ofensivas estratégicas, mas as inspeções estão suspensas e o acordo expira em fevereiro do próximo ano. A Rússia propôs prorrogar o tratado por um ano, sem mencionar o reinício das inspeções.
 
																	
																															
 
								 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											
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