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Trump autoriza envio de tropas a Chicago após bloqueio judicial em Portland

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou neste sábado (4) o deslocamento de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, enquanto uma juíza suspendeu temporariamente o envio de militares para Portland, outra cidade administrada por democratas.

Chicago e Portland, a maior cidade do estado de Oregon, representam os mais recentes focos de tensão na intensa campanha de deportações em massa liderada pelo governo Trump, que já empregou militares em outras cidades como Los Angeles e Washington.

“O presidente Trump autorizou 300 membros da Guarda Nacional para proteger servidores e propriedades federais” em Chicago, afirmou a subsecretária de imprensa da Casa Branca, Abigail Jackson, em comunicado no sábado.

O presidente “não ignorará a ilegalidade que afeta cidades americanas”, acrescentou.

Trump defende que essa medida é necessária para controlar a criminalidade, assim como os protestos contrários à sua política de deportações em massa. Entretanto, autoridades locais dessas cidades, governadas por democratas, se opõem à estratégia e buscaram apoio judicial para impedir a chegada das tropas.

O senador democrata por Illinois, Dick Durbin, descreveu a ação como um “capítulo vergonhoso na história do país” e ressaltou que o presidente “não deseja combater o crime, mas sim espalhar o medo”.

No sábado, a juíza federal Karin Immergut bloqueou o envio da Guarda Nacional para Portland, no noroeste dos EUA, suspendendo temporariamente uma ordem presidencial emitida no final de setembro para combater a imigração irregular.

Trump afirmou repetidamente que Portland está “destruída pela violência” e tomada pelo crime. Mas na decisão, a juíza destacou que “a justificativa do presidente não se baseava nos fatos”.

“A acusação apresentou evidências de incidentes isolados de violência contra oficiais federais e danos à propriedade de um edifício federal”, escreveu Immergut, mas não demonstrou que esses atos configuravam uma tentativa organizada de derrubar o governo.

A juíza explicou que os protestos em Portland não configuram um “risco de revolta” e que as forças de segurança locais são capazes de lidar com tais ocorrências.

O assessor presidencial Stephen Miller comentou nas redes sociais que a decisão da juíza foi uma “insurreição legal”, acusando líderes locais em Oregon de realizar um “ataque terrorista” contra a administração federal.

O senador por Oregon, Ron Wyden, apoiou a determinação judicial, dizendo que essa decisão “reflete o que os moradores de Oregon já sabem: não precisamos e não queremos que Donald Trump provoque violência enviando tropas federais para o estado”.

Ocorrência em Chicago

A autorização para envio dos 300 soldados a Chicago aconteceu após um tiroteio pela manhã na cidade.

Um agente federal atirou contra um motorista que supostamente estava armado depois que as autoridades foram “cercadas por dez veículos”, informou o Departamento de Segurança Nacional (DHS).

“Os agentes não conseguiram movimentar seus veículos e precisaram sair do carro. Um dos motoristas que cercavam o veículo das autoridades portava uma arma semiautomática”, declarou a subsecretária do DHS, Tricia McLaughlin, em nota.

“As forças de segurança tiveram que usar suas armas e realizar disparos defensivos contra um cidadão americano armado”, acrescentou.

A AFP não pôde confirmar de forma independente a versão dos fatos apresentada pelo DHS, que informou que o motorista “foi ao hospital por conta própria para tratar de ferimentos”.

McLaughlin também acusou a polícia de Chicago de “deixar o local do tiroteio” e declarou que os oficiais se recusaram “a colaborar para proteger a área”.

Por sua vez, a polícia de Chicago informou ao canal local Fox 32 que seus agentes estavam presentes no local, mas que o departamento “não está envolvido no incidente nem em sua investigação”.

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