Trump baixa mais de 500 vagas na VOA em meio a conflito judicial

O governo do presidente Donald Trump anunciou um corte superior a 500 vagas na Voice of America (VOA), emissora governamental de rádio e TV criada na Segunda Guerra Mundial com o objetivo de transmitir notícias dos EUA para o exterior. A decisão foi informada por Kari Lake, presidente interina da Agência de Mídia Global dos EUA, que também supervisiona veículos como Rádio Europa Livre, Rádio Ásia e Rádio Martí, voltada para Cuba.

Essa medida acontece no contexto de uma disputa judicial sobre o futuro da VOA. Um juiz federal bloqueou a tentativa de Lake de afastar o diretor Michael Abramowitz, nomeado pelo governo anterior, e determinou que qualquer mudança deve ter o aval do conselho consultivo da agência.

Ao publicar uma mensagem em rede social, Lake afirmou que iniciou um processo de “redução de força” com 532 demissões. Segundo ela, a agência “vai continuar a cumprir sua missão legal após este RIF – e possivelmente terá uma capacidade operacional melhorada”.

Colaboradores da agência que recorreram à Justiça afirmaram que os afetados terão um prazo de 30 dias antes de perder salários e benefícios. Em comunicado, manifestaram rejeição às ações de Lake, classificando-as como “abomináveis” e disseram não haver provas de que o plano tenha seguido a revisão exigida pelo Congresso. Em junho, mais de 600 trabalhadores já haviam sido avisados sobre demissões. Abramowitz e a maior parte da equipe da VOA foram afastados e receberam notificação de desligamento em 31 de agosto.

De acordo com documentos apresentados ao tribunal, a agência planeja manter 266 funcionários. Criada durante a Guerra Fria, essa rede de emissoras financiadas pelo governo americano atinge cerca de 427 milhões de pessoas no mundo e é usada como instrumento de influência dos EUA em países sob regimes autoritários.

Fonte: Associated Press