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Trump considera várias opções para ajudar Argentina, diz secretário do Tesouro

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, garantiu que todas as alternativas para ajudar a estabilizar a economia da Argentina estão sendo consideradas enquanto o presidente argentino Javier Milei enfrenta uma pressão crescente no mercado cambial.
Bessent e o presidente Donald Trump devem se encontrar com Milei em Nova York para discutir detalhes, que serão divulgados após a reunião, conforme anunciou Bessent em sua conta no X.
Entre as possíveis medidas estão linhas de swap cambial, recompras no mercado de câmbio e emissão de dívida em dólares pelo fundo de estabilização cambial dos EUA.
Especialistas analisam a situação e lembram do apoio concedido ao México durante a crise financeira na década de 1990, quando os EUA emprestaram recursos condicionados a reformas econômicas rigorosas. Esse precedente sugere que, caso a ajuda seja aprovada, poderia vir com exigências semelhantes.
No contexto argentino, destaca-se o alto nível da dívida com o FMI e a provável resistência política que Trump enfrentaria para avançar com a ajuda.
Analistas também consideram a possibilidade de os EUA limitarem acordos cambiais com a China e promoverem a flexibilização da taxa de câmbio na Argentina.
Javier Timerman, da Adcap Grupo Financeiro, acredita que uma intervenção direta do Tesouro dos EUA é menos provável, sugerindo que a ajuda possa ser canalizada via FMI, o que levaria tempo.
Brad Setser, pesquisador do Conselho de Relações Exteriores, observa que o fundo de estabilização atualmente possui liquidez limitada, e que valores elevados para apoiar o peso argentino podem ser excessivos.
Milei confirmou que negociações estão em andamento e que o país já planejamento para enfrentar os compromissos financeiros em 2024, embora não tenha feito anúncios definitivos sobre o apoio americano.
Em paralelo, o governo argentino adotou medidas para conter a crise cambial, vendendo dólares e suspendendo temporariamente tarifas de exportações para aumentar a entrada de moeda forte.
Apesar dos esforços, Milei enfrenta um cenário político desafiador após escândalos e derrotas em eleições provinciais, com avaliação negativa crescente e redução da margem de apoio no Congresso.
A recuperação econômica mostra sinais de desaceleração, com previsão de contração no PIB para o terceiro trimestre do ano, refletindo uma conjuntura complexa para o país e seu governo.

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