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Trump e Netanyahu discutem cessar-fogo em Gaza em encontro privado

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, reuniu-se em um encontro reservado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua visita a Washington.
No dia anterior, Netanyahu comentou que Israel e os EUA estavam buscando países para acolher palestinos de Gaza, diante da possibilidade de um cessar-fogo que, segundo Trump, pode ser anunciado ainda nesta semana.
Em Doha, no Catar, os mediadores expressaram cautela, afirmando que um acordo de paz exigirá tempo devido a divergências existentes. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, comentou que não há previsão imediata para o acordo.
A pressão diplomática aumentou com as declarações do enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que espera um cessar-fogo de 60 dias entre Israel e Hamas até o fim da semana. Trump afirmou que as reuniões refletem a vontade das partes em resolver o conflito.
Netanyahu também encontrou líderes do Congresso dos Estados Unidos em sua terceira visita a Washington desde a posse de Trump. As discussões em Doha, mediadas por Catar, Estados Unidos e Egito, focam na estrutura para as negociações, embora ainda não haja uma solução definida, segundo fontes palestinas próximas às conversações.
Witkoff mostrou otimismo ao afirmar que espera um acordo até o final da semana, prevendo a libertação de reféns.
Israel e Hamas iniciaram conversas indiretas, com representantes separados fisicamente durante as negociações. Uma proposta em análise contempla cerca de 80 a 90% do que Israel busca.
No entanto, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, um aliado de extrema direita de Netanyahu, se opõe às negociações, afirmando que grupos que atacam combatentes israelenses devem ser eliminados.
Enquanto as negociações avançam, a Defesa Civil de Gaza reportou a morte de 29 pessoas, incluindo três crianças, em ataques israelenses. Cinco soldados israelenses também morreram em confrontos na região, um dos dias mais mortíferos para as forças israelenses no conflito atual, que já conta com 450 soldados mortos desde outubro de 2023.
A situação humanitária em Gaza permanece crítica para mais de dois milhões de habitantes. Embora Netanyahu tenha declarado que estão próximos de um acordo para que palestinos possam ser acolhidos por países vizinhos, esses países têm rejeitado tais planos.
No início do ano, Trump sugeriu um plano controverso para controlar Gaza e deslocar sua população, proposta considerada crime de guerra pela legislação internacional, mas que manteve baixa divulgação recentemente. Netanyahu elogiou a visão do presidente americano durante o encontro.
O conflito teve início com o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, causando a morte de 1.219 pessoas, majoritariamente civis, segundo dados oficiais israelenses compilados pela AFP. Dos 251 reféns capturados, 49 permanecem detidos em Gaza, com 27 confirmados mortos pelo exército israelense.
A resposta militar de Israel resultou em pelo menos 57.575 mortes em Gaza, em sua maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde local e considerados confiáveis pela ONU.

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