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Trump e Petro trocam farpas; EUA atacam barcos no Pacífico

O presidente americano Donald Trump e seu colega colombiano, Gustavo Petro, trocaram farpas na quarta-feira (22), mesma data em que o governo dos Estados Unidos anunciou ataques contra duas embarcações supostas de narcotráfico no Oceano Pacífico, resultando em cinco mortos.
Trump chamou Petro de “criminoso” e insinuou que ele estaria envolvido com narcotráfico, levando seu país ao colapso. Em resposta, Petro declarou que vai se proteger “legalmente com advogados americanos”.
O presidente dos Estados Unidos declarou a suspensão da ajuda militar essencial à Colômbia e alertou Petro, um crítico dos ataques, a “ficar atento”. O secretário de Estado, Marco Rubio, chamou o presidente colombiano de “irresponsável”.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, informou na quarta-feira que dois ataques foram realizados contra embarcações ligadas ao narcotráfico no Pacífico — um no dia em questão e outro na terça-feira. Ele compartilhou vídeos nas redes sociais mostrando barcos pegando fogo.
“Assim como a Al Qaeda travou uma guerra contra nosso país, esses cartéis estão lutando contra nossa fronteira e nosso povo. Não haverá refúgio ou perdão, somente justiça”, afirmou Hegseth.
Os ataques aconteceram em águas internacionais. Até quarta-feira, foram contabilizados nove ataques dos EUA, incluindo os dois no Pacífico, com um total de 37 mortos.
Antes, os atentados dos EUA ocorriam apenas no Caribe.
A origem dos barcos atacados não foi divulgada, mas alguns foram destruídos perto da costa venezuelana. Pelo menos um saiu de Trinidad e Tobago, outro da Colômbia, segundo familiares das vítimas à AFP.
Ataques por terra
Na quarta-feira (22), Donald Trump afirmou que planeja ações contra traficantes que atuam por terra. O tráfico marítimo diminuiu, disse ele, e agora será necessário lidar com os contrabandistas por terra, embora não tenha detalhado onde.
“Vamos atacar com força quando vierem por terra, algo que ainda não enfrentaram”, declarou o presidente.
Ele também mencionou que provavelmente retornará ao Congresso para explicar as futuras ações terrestres.
Após enviar destróieres, embarcações com tropas especiais e um submarino ao Mar do Caribe, os EUA iniciaram em 2 de setembro uma série inédita de ataques contra embarcações consideradas “narco-terroristas”.
“Cada ataque salva 25 mil vidas americanas”, explicou Trump ao justificar os ataques com mísseis.
Uma fonte das forças militares colombianas confirmou que o ataque não ocorreu dentro das águas territoriais da Colômbia, mas nas proximidades.
Conflito armado
Trump enviou uma carta ao Congresso alegando a ameaça dos cartéis para justificar suas ações, o que motivou críticas de legisladores democratas e especialistas, que afirmam violação ao direito internacional.
Especialistas dizem que execuções sumárias são ilegais, mesmo contra traficantes.
No início de seu segundo mandato, o presidente republicano declarou, por ordem executiva, que esses cartéis são “organizações terroristas”.
Os Estados Unidos consideram estar em “conflito armado” com essas organizações.
Críticos na região, como Venezuela e Colômbia, afirmam que Washington não apresenta provas de que esses barcos transportam drogas e argumentam que eles não ameaçam as forças navais destacadas no Caribe.
Houve sobreviventes de um ataque americano na semana anterior, que foram repatriados ao Equador e à Colômbia, sem julgamento por crimes alegados.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, acusou Trump de praticar “crimes de guerra” com esses ataques.
Os ataques também provocaram reação geral na Venezuela, de onde saem a maioria das chamadas “narcolanchas”, conforme a versão do Pentágono.
O governo de Nicolás Maduro, considerado líder de um cartel segundo os EUA, desafiou Trump a realizar um ataque em seu território.

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