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Trump e Putin evitam revelar plano para paz na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (15) que muitos pontos foram acordados durante sua reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, mas não especificou quais, e ambos mantiveram em sigilo o plano para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Trump afirmou que poucas questões permanecem pendentes para alcançar uma solução no conflito que já dura mais de três anos desde a invasão russa. Ele disse ainda que, embora ainda não tenham conseguido um acordo, existe grande possibilidade de sucesso, e que entrará em contato imediatamente com os líderes da Otan e com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para discutir a reunião, que qualificou como muito produtiva.
Putin expressou esperança de que o entendimento alcançado possa abrir o caminho para a paz na Ucrânia, sem fornecer mais detalhes. Ele também desejou que Kiev e as capitais europeias encarem a situação de maneira positiva, evitando criar obstáculos ou tentar sabotar o avanço com provocações e manobras nos bastidores.
Após quase três horas de diálogo na base militar Elmendorf-Richardson, os dois líderes cancelaram a coletiva de imprensa prevista, limitando-se a apertar as mãos e deixando os jornalistas sem respostas às suas perguntas. Trump ressaltou que a decisão final cabe aos ucranianos e indicou a possibilidade de um novo encontro com Putin em breve, ao que o líder russo respondeu descontraído que a próxima reunião poderia ser em Moscou.
Os presidentes se apresentaram diante de um fundo azul com a frase “Em busca da paz” e tiveram uma entrada marcada por festas de recepção, incluindo aplausos de Trump e a presença de caças militares.
Durante o encontro, Putin chegou a conversar a sós com Trump dentro do veículo blindado deste. Apesar do planejamento inicial para uma reunião restrita aos dois com intérpretes, ambos foram acompanhados de autoridades de seus governos, o que alterou a dinâmica da cúpula, motivo de preocupação para a Ucrânia e Europa, que temem manipulações por parte do presidente russo.
Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky lamentou que, mesmo durante as negociações, as tropas russas continuem com as hostilidades, e expressou expectativa em relação à promessa de Trump de encerrar o conflito.
Antes da cúpula no Alasca, as posições das partes eram divergentes. A Rússia demanda que a Ucrânia ceda parte de seu território — as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson, além da Crimeia — e renuncie a receber armamentos do Ocidente e a ingressar na Otan. Por outro lado, a Ucrânia exige um cessar-fogo imediato e garantias para sua segurança futura.
Donald Trump, que tem fomentado antagonismos desde o início da guerra, defende a ideia de concessões mútuas em relação a territórios.
Trump e Putin compartilham a característica de nunca querer parecerem vulneráveis, mas suas formas de agir divergem. O empresário e ex-apresentador de reality show Trump busca negociações rápidas e acordos vantajosos, enquanto o ex-oficial da KGB Putin foca em estratégias de longo prazo, visando o ressurgimento histórico de uma “Grande Rússia”.

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