Conecte Conosco

Mundo

Trump e Putin se reúnem no Alasca para debater o futuro da Ucrânia

Publicado

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, encontram-se nesta sexta-feira (15) no Alasca para uma cúpula que pode definir o destino da Ucrânia e mantém o mundo em expectativa.

Putin visitará território ocidental pela primeira vez desde que ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, um conflito que causou a morte de milhares de pessoas e no qual as forças russas continuam avançando, atualmente controlando cerca de 20% do território ucraniano.

Trump fez o convite a pedido do próprio líder russo, mas adota uma postura cautelosa e alertou que a reunião pode acabar rapidamente caso Putin não faça concessões.

Os líderes europeus acompanham atentamente cada palavra e gesto.

Para o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, será um dia tenso. Até agora, ele se recusou publicamente a ceder terras ocupadas pela Rússia sob pressão de Trump.

Trump se orgulha da sua habilidade de negociação, mas diminuiu as expectativas, dizendo que será uma “reunião para avaliar” o cenário e verificar a seriedade de Putin.

“Sou presidente, ele não vai brincar comigo”, afirmou Trump a jornalistas na Casa Branca na quinta-feira.

“Se for uma reunião ruim, terminará rapidamente, e se for boa, alcançaremos a paz em breve”, garantiu Trump, que considera 25% de chance de fracasso.

Trump prometeu dialogar rapidamente com os líderes europeus e com Zelensky.

Segundo ele, para um acordo final será preciso uma cúpula entre os três líderes, para discutir a divisão do território.

Possíveis consequências

Trump já expressou admiração por Putin no passado. Um encontro em 2018, durante seu primeiro mandato como presidente, gerou muitas críticas por parecer intimidado.

Antes de retornar à Casa Branca em janeiro, Trump afirmou ter um bom relacionamento com Putin, culpou o ex-presidente Joe Biden pela guerra e prometeu anunciar paz em 24 horas.

Apesar de ligações com Putin e uma discussão pública com Zelensky em fevereiro, Putin mantém sua posição firme.

Trump admitiu frustração e alertou sobre “consequências sérias” caso Putin não concorde com um cessar-fogo.

O encontro ocorrerá às 11h30 (16h30 de Brasília) na Base Aérea Elmendorf.

A escolha do Alasca não foi ao acaso. Para Putin, que tem mandato de prisão internacional, o local é acessível atravessando apenas o estreito de Bering.

O Alasca tem histórico russo, pois foi vendido aos EUA no século XIX, uma referência usada por Moscou para justificar negociações territoriais.

Funcionários russos enfrentam sanções, mas o Tesouro americano flexibilizou restrições para a viagem e uso de cartões no Alasca.

O Kremlin espera que Putin e Trump se encontrem a sós com intérpretes, antes de um almoço com assessores.

Os presidentes provavelmente permanecerão na base militar, enquanto em Anchorage, manifestantes exibem cartazes de apoio à Ucrânia.

Vitória para Putin?

A cúpula contrasta com a postura dos líderes europeus e do presidente Joe Biden, que não querem negociar com a Rússia sobre a Ucrânia sem a presença de Kiev.

Zelensky declarou que esta reunião é uma “vitória pessoal” para Putin, que com a viagem rompe seu isolamento e ganha tempo quanto às sanções prometidas por Trump.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, solicitou garantias de segurança para a Ucrânia, algo que Trump minimizou meses atrás.

Especialistas acreditam que Trump ainda pode pressionar Putin com novas sanções e envio de armas à Ucrânia.

No entanto, Putin pode tentar desviar a atenção com uma nova oferta, utilizando artifícios que apesar de chamativos, acabam se mostrando pouco relevantes.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados