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Trump não enviará tropas à Ucrânia, mas considera suporte aéreo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (19) que não enviará tropas americanas para a Ucrânia, mas está aberto a fornecer apoio aéreo. Essa decisão ocorre enquanto os aliados ocidentais discutem garantias de segurança para Kiev antes de uma possível reunião com a Rússia.
Na segunda-feira, Trump recebeu na Casa Branca o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e líderes europeus, após ter se encontrado com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. O presidente americano mencionou que Putin aceitou conversar com Zelensky e considerar garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia, embora essa proposta tenha sido recebida com cautela.
Putin sugeriu que a cúpula com Zelensky aconteça em Moscou, algo que o líder ucraniano rejeitou imediatamente. Trump reforçou que as nações europeias deveriam enviar tropas para garantir o acordo, uma medida que França e Reino Unido avaliam.
À Fox News, Trump declarou que está disposto a ajudar principalmente com apoio aéreo, ressaltando que os Estados Unidos possuem capacidades únicas nessa área. Ele também garantiu que soldados americanos não serão enviados ao solo na Ucrânia e descartou a entrada da Ucrânia na OTAN.
Trump tem seguido a linha de Putin, indicando que a intenção da Ucrânia de ingressar na OTAN é uma das causas do conflito. Isso contrasta com a visão de líderes europeus, do governo dos EUA e de Joe Biden, que consideram a expansão da OTAN um pretexto usado por Putin.
Colaboração entre aliados e futuras negociações
Após a reunião na Casa Branca, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, convocaram cerca de 30 aliados da Ucrânia para discutir garantias de segurança e possíveis desdobramentos de forças conjuntas caso o conflito cesse.
Os líderes também discutiram aumentar a pressão sobre Putin com novas sanções até que ele demonstre real interesse em finalizar a invasão. Chefes de Estado-Maior da OTAN irão se reunir via videoconferência para tratar do assunto.
Proposta de locais para a cúpula
A Rússia enfatizou que quaisquer acordos devem proteger seus interesses, especialmente os direitos das pessoas que falam russo na Ucrânia, argumento usado para justificar a invasão.
Macron propôs que a cúpula bilateral ocorra em Genebra, um local tradicional para negociações de paz. A Suíça ofereceu imunidade a Putin para que participe da conferência, apesar da ordem internacional de prisão contra ele.
Macron e o chanceler alemão, Friedrich Merz, sugeriram que a reunião possa acontecer dentro de duas semanas. Trump deseja uma cúpula trilateral com sua presença, enquanto Macron defende um encontro envolvendo os europeus para garantir a segurança da Ucrânia.
Embora a Casa Branca não confirme, há rumores na mídia sobre Budapeste ser um possível local para o encontro entre Putin e lideranças.
Perspectivas diferentes em Kiev e Moscou
Em Kiev, a população demonstra ceticismo quanto à eficácia das conversas recentes para encerrar o conflito, um dos piores na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Um morador comentou que, apesar das reuniões, Putin não parece disposto a negociar de boa fé, e que Trump não tem uma estratégia clara.
Por outro lado, em Moscou, alguns mostram otimismo sobre um acordo benéfico para ambos os lados, esperando que a diplomacia tenha sucesso.

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