Trump quer influenciar a política do Brasil e mira eleições de 2026

Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não só busca impor barreiras comerciais ao Brasil, mas também deseja interferir diretamente na política do país, incluindo as eleições presidenciais previstas para 2026.

A ministra destacou que a ordem executiva que institui uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, além dos 10% iniciais, menciona explicitamente a preocupação americana com a eleição de 2026.

— Quem analisar a ordem executiva que implementou essas tarifas verá uma parte que expressa receio com a eleição de 2026, indicando claramente a intenção de intervir na política interna brasileira — declarou Gleisi Hoffmann durante sua participação em um fórum organizado pelo site Jota, que discutiu a agenda econômica no país nesta última sexta-feira.

A ministra também criticou duramente as declarações do encarregado de negócios dos EUA, Gabriel Escobar, que atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em redes sociais, chamando-o de “principal responsável pela censura e perseguição contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores”.

— Fica evidente que a ação dos Estados Unidos em relação ao Brasil não é apenas comercial, mas também política. Precisamos reagir de forma firme. O Brasil é um país soberano com democracia e instituições sólidas, e não podemos aceitar esse tipo de intervenção — ressaltou a ministra.

Gleisi Hoffmann também afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) já deveria ter perdido seu mandato por traição ao país.

— Ele precisa ser responsabilizado por isso. Essas atitudes buscam desestabilizar o país. Estamos determinados a superar essa tentativa constante de golpe, e o STF tem desempenhado um papel fundamental nessa luta — completou.

A ministra lamentou ainda que parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, estejam propondo discutir no Congresso uma possível anistia para o ex-presidente, em vez de focar em pautas que realmente interessam ao Brasil.