Trump recebe coroa dourada e hambúrguer na Coreia do Sul e anuncia acordo

A Coreia do Sul recebeu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira com uma réplica de uma coroa dourada e concedeu a ele a Ordem do Mugunghwa, a maior distinção do país, conforme anunciado pelo gabinete presidencial. Durante um almoço que incluiu mini-hambúrgueres com ketchup e um jantar no final do dia, Trump afirmou ter alcançado um acordo comercial com a Coreia do Sul, embora não tenha divulgado detalhes.

“Firmamos um acordo comercial”, declarou o presidente americano a jornalistas enquanto apertava a mão do presidente sul-coreano Lee Jae Myung.

No jantar, o republicano qualificou suas negociações com a Coreia do Sul como “extraordinárias”. Nem a Casa Branca, nem o gabinete de Lee confirmaram ou detalharam o acordo fechado.

Trump chegou à Coreia do Sul na etapa final de uma viagem pela Ásia, que também incluiu visitas à Malásia — onde conversou com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva — e ao Japão. Na Coreia, está previsto um encontro com o presidente chinês Xi Jinping, que participa da Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (ASEAN).

A Coreia do Sul havia minimizado as expectativas quanto a um acordo que envolvesse redução das tarifas americanas em troca de um compromisso de investimento de 350 bilhões de dólares por parte de Seul.

As negociações comerciais entre os dois países estavam estagnadas há cerca de três meses, após um acordo inicial em julho que limitou as tarifas dos EUA sobre produtos sul-coreanos a 15%. Todavia, as tarifas sobre veículos importados da Coreia do Sul permaneceram em 25%, colocando as montadoras sul-coreanas em desvantagem frente às japonesas, que já firmaram acordo com os EUA em setembro.

Para tentar concluir o acordo, o presidente sul-coreano Lee recebeu Trump com grande solenidade. Segundo seu gabinete, Trump foi agraciado com a Ordem do Mugunghwa — que leva o nome da flor nacional da Coreia do Sul, o hibisco-rosa — em reconhecimento ao seu papel como “pacificador” na Península Coreana. Um funcionário sul-coreano afirmou à agência Reuters que ele é o primeiro presidente americano a receber tal honraria.

Durante seu mandato, Trump realizou uma série de cúpulas com o líder norte-coreano Kim Jong Un, que infelizmente não avançaram, enquanto a Coreia do Norte continuou desenvolvendo armamentos nucleares e mísseis balísticos.

Na quarta-feira, Trump renovou seu convite para um novo encontro com Kim Jong Un, mas a Coreia do Norte ainda não respondeu.

O encontro entre Lee e Trump foi carregado de simbolismo. Os dois visitaram um museu em Gyeongju, uma cidade turística com tumbas e palácios históricos da época do antigo reino de Silla, que dominou parte da Península Coreana até o século IX.

Trump recebeu uma réplica da coroa dourada de Cheonmachong, originalmente encontrada numa tumba em Gyeongju. O governo coreano afirmou que tal presente simboliza a história de Silla, que manteve um longo período de paz, e representa uma nova era de coexistência pacífica e crescimento conjunto na península, que EUA e Coreia do Sul buscam alcançar.

O almoço contou com molho Thousand Island, uma referência à “história de sucesso de Trump em Nova York”. O cardápio incluiu mini-hambúrgueres com ketchup, um prato tradicional coreano feito com carne bovina americana, arroz, pasta de soja local e peixe grelhado. A sobremesa foi um brownie decorado com ouro, apelidado de “doce do pacificador”.

O dia encerrou-se com um jantar com líderes dos países Vietnã, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Tailândia e Cingapura.