Conecte Conosco

Mundo

Trump retoma a Doutrina Monroe na América Latina

Publicado

em

O governo do Donald Trump divulgou, nesta sexta-feira (5), sua nova estratégia de segurança nacional, um documento muito aguardado que altera significativamente as prioridades dos Estados Unidos.

Um dos aspectos centrais é o chamado “Corolário Trump” da Doutrina Monroe de 1823, que estabelece que a América Latina deve ficar livre da influência de potências estrangeiras, sejam europeias ou asiáticas.

América Latina

O documento declara que Trump está revivendo a Doutrina Monroe do século XIX, quando os Estados Unidos consolidaram sua influência perante as potências europeias na América Latina, vista como seu “quintal”.

Na aplicação do que chama de “Corolário Trump” à doutrina, os Estados Unidos visam garantir acesso a recursos e locais estratégicos na América Latina e assegurar que os países sejam “razoavelmente estáveis e bem governados para prevenir e desencorajar a migração em massa” para seu território.

Em referência à China, a estratégia menciona que os Estados Unidos “impedirão que competidores fora do hemisfério possam posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou controlar ativos estratégicos vitais”.

Europa

A nova estratégia usa uma linguagem severa acerca da Europa e apoia a ideia de que o continente enfrenta o declínio de sua “civilização”. Essa visão é alinhada a discursos promovidos por grupos de extrema direita.

O texto enfatiza a necessidade de “cultivar a resistência” na Europa contra a “trajetória atual” do continente.

Entre os principais desafios apontados estão as ações da União Europeia e outros órgãos transnacionais que restringem a liberdade política e a soberania, as políticas migratórias que transformam o continente e a “censura à liberdade de expressão e repressão da oposição política”, conforme declarado pelo governo Trump.

O documento alerta que, se as tendências persistirem, o continente será irreconhecível em menos de 20 anos.

Também menciona que “é possível” que, em algumas décadas, certos membros da Otan se tornem majoritariamente não europeus, questionando a permanência deles na aliança da mesma forma que os signatários originais.

A estratégia recomenda que os Estados Unidos busquem acabar com a percepção e evitar a expansão contínua da Otan.

Ásia

Após anos focalizando a ascensão da China, a estratégia descreve o gigante asiático como um rival, mas concentra seu foco na economia.

O documento destaca: “Reequilibraremos a relação econômica com a China, priorizando reciprocidade e justiça para restaurar a independência econômica dos Estados Unidos”.

Sobre Taiwan, uma ilha democrática reivindicada por Pequim, os Estados Unidos reafirmam a manutenção do status quo, mas solicitem que Japão e Coreia do Sul contribuam mais para a defesa da ilha.

O documento expressa apoio ao fortalecimento das relações com a Índia, que embora tenha tido atritos com Trump, é vista como estratégica.

Os Estados Unidos incentivam Nova Délhi, tradicionalmente não alinhada, porém com tensões com a China, a contribuir para a segurança na região do Indo-Pacífico.

Oriente Médio e África

O Oriente Médio, historicamente foco da política externa norte-americana, recebe neste documento menor ênfase, similar a governos anteriores.

Afirma que a crescente autonomia no setor energético reduz a dependência do petróleo do Golfo Pérsico, destacando também o enfraquecimento do Irã por meio de ações dos Estados Unidos e Israel.

Sobre Israel, foco antigo dos EUA, o texto apenas destaca a importância de garantir a segurança do país.

Quanto à África, há a recomendação de transição de um modelo baseado em ajuda externa para um voltado a investimentos que explorem os recursos naturais e o potencial econômico do continente.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados