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Trump vai liberar arquivos sobre o caso Epstein
O governo do presidente Donald Trump tem até esta sexta-feira (19) para divulgar documentos relacionados a longas investigações contra Jeffrey Epstein, um criminoso sexual. Essa iniciativa busca mostrar a extensão da rede criada por esse investidor para abusar de menores.
O Congresso ordenou que o Departamento de Justiça publique, até 19 de dezembro, um grande conjunto de documentos sobre Epstein, que faleceu em uma prisão de Nova York, em 2019, antes do julgamento por crimes sexuais.
A morte de Epstein gerou várias teorias da conspiração que afirmam que, por suas ligações com a elite política, empresarial e do entretenimento, ele teria sido morto para esconder informações comprometedoras.
Essa liberação traz a chance mais clara para esclarecer um dos maiores escândalos recentes nos EUA, embora especialistas alertem que informações importantes podem ser mantidas em segredo por razões legais.
Donald Trump, que teve sua amizade questionada, pode enfrentar uma situação delicada.
Epstein, por anos, manteve conexões com magnatas, políticos, acadêmicos e celebridades, sendo acusado de traficar centenas de menores para exploração sexual.
Trump e seus apoiadores alegaram que democratas e figuras liberais de Hollywood foram protegidos devido às suas relações com Epstein.
Entretanto, o presidente considerou os pedidos de transparência uma “farsa dos democratas” ao reassumir o poder em janeiro, momento em que poderia liberar os arquivos.
Em novembro, após quase unanimidade no Congresso para uma lei que obriga o Departamento de Justiça a divulgar documentos do caso Epstein em 30 dias, Trump mudou de lado.
Reconhecendo a derrota para proteger os arquivos, sancionou a lei que obriga a divulgação total dos documentos ligados a Epstein e sua cúmplice Ghislaine Maxwell, atualmente cumprindo uma pena de 20 anos.
O que será divulgado?
Os documentos poderão mostrar como Epstein atuava, quem o auxiliava e se pessoas influentes foram protegidas.
Sobreviventes demonstram esperança, mas permanecem desconfiadas diante da mudança do presidente, que rompeu sua amizade com Epstein antes do escândalo vir à tona.
Por lei, o governo deve publicar online documentos não classificados, registros de voos, comunicações e documentos que revelem conexões desconhecidas, além de informações sobre a morte de Epstein sob custódia.
O Departamento de Justiça afirma não existir uma “lista de clientes” definitiva.
Possíveis informações ocultas
A lei permite esconder informações pessoais e dados sensíveis por motivos legais e segurança, inclusive nomes das vítimas e detalhes que possam causar litígios.
Espera-se que muitas informações sejam censuradas, apesar da proibição de omissões por ‘vergonha’ ou ‘sensibilidade política’.
Trump ordenou investigações sobre democratas ligados a Epstein, o que críticos dizem poder ser usado para justificar retenção de documentos.
O senador Ron Wyden, líder democrata no Comitê de Finanças, duvida que a procuradora-geral Pam Bondi permita divulgação completa.
Wyden conduz sua própria apuração contra instituições acusadas de proteger Epstein ao não denuncias suas atividades financeiras suspeitas.
“Precisamos de dois caminhos, pois não confio em Bondi e seguir o dinheiro é a melhor forma de identificar e eliminar corrupção em nosso país”, declarou à AFP.

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