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Trump vai pressionar Netanyahu por acordo de paz em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca nesta segunda-feira (29) para discutir um importante plano de paz para Gaza.
Trump afirmou estar próximo de um acordo para encerrar o conflito em Gaza, libertar reféns mantidos pelo Hamas e desmantelar o grupo islâmico, após conversas com líderes árabes.
“Temos uma real chance de conquistar algo significativo no Oriente Médio”, postou Trump em sua plataforma Truth Social, entusiasmado com a possibilidade de um avanço.
O projeto de 21 pontos de Trump envolve um cessar-fogo imediato, a soltura de todos os reféns em até 48 horas e a retirada gradual das tropas de Israel.
Em troca, Israel liberaria mais de mil prisioneiros palestinos, incluindo alguns condenados à prisão perpétua.
No entanto, Netanyahu tem sido cauteloso, afirmando recentemente na ONU que a criação de um Estado palestino seria um “suicídio nacional” para Israel, e ressaltando a intenção de concluir a operação militar em Gaza rapidamente.
Ele também demonstra relutância em suspender o avanço para controlar a Cidade de Gaza, da qual dezenas de milhares de palestinos foram deslocados.
Será a quarta visita de Netanyahu à Casa Branca desde que Trump reassumiu o cargo em janeiro.
Embora inicialmente um forte aliado, Trump expressou frustração com o prolongamento do conflito e criticou planos israelenses como a anexação da Cisjordânia, além de atacar a estratégia contra líderes do Hamas no Catar.
Os confrontos em Gaza continuam intensos nesta segunda.
Os dois líderes devem realizar uma coletiva às 13h15 (horário da Costa Leste dos EUA, 14h15 em Brasília).
Trump mostrou confiança após encontros com líderes árabes na ONU, e teve seu plano mencionado ao lado do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que poderia liderar uma autoridade transitória para Gaza apoiada pela ONU e países do Golfo.
Netanyahu, entretanto, mantém ceticismo quanto à reforma da Autoridade Palestina e sua disposição para aceitar um Estado judeu.
Na região, moradores de Gaza estão divididos entre esperança, cansaço e desconfiança em relação ao encontro na Casa Branca.
Mohammed Abu Rabee, 34 anos, se mostrou pessimista, dizendo não esperar nada de Trump, que apoia Netanyahu na destruição da área e na realocação da população.
Por outro lado, Hossam Abd Rab, 55 anos, manifestou um otimismo cauteloso, desejando que o plano traga fim às hostilidades e aos massacres, ressaltando a destruição causada pela guerra em Gaza.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023, após ataque do Hamas a Israel que resultou em 1.219 mortes, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses.
Desde então, a ofensiva israelense causou mais de 66.000 mortos palestinos, majoritariamente civis, conforme números do Ministério da Saúde em Gaza, reconhecidos pela ONU.

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