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Economia

Trump volta a ameaçar a China e testa o ânimo dos investidores nas bolsas

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Trump e Xi Jinping: Estados Unidos e China travam guerra comercial que prejudica as duas economias (Kevin Lamarque/Reuters)

Após o turbilhão político brasileiro de ontem, hoje deve ser dia de os investidores mirarem o noticiário internacional. Ontem, como se sabe, o Ibovespa subiu 0,60%, chegando a 96.125 pontos, mesmo com a prisão de Fabrício Queiroz e a demissão de Abraham Weintraub. É sinal, segundo analistas ouvidos pela Exame, que a instabilidade política está em segundo plano na bolsa — os juros baixos e a liquidez em alta no Brasil e no mundo têm prevalecido.

Esta sexta-feira será dia de testar se os investidores estão blindados também ao noticiário político internacional. O foco mais uma vez é o presidente americano, Donald Trump. Ontem, Trump renovou as ameaças de cortar laços com Pequim, um dia após diplomatas dos dois países tratarem de negociações comerciais. Um acordo comercial entre as duas maiores potências segue em suspenso pela pandemia e por reiteradas ameaças de Trump.

Reduzir o déficit comercial com a China era uma das promessas de campanha do presidente americano. Agora, Trump inicia oficialmente amanhã a campanha pela reeleição com um comício para 19.000 pessoas em Tulsa, Oklahoma, e alongar as conversar e renovar as ameaças aos chineses pode ser um novo trunfo de campanha.
Além disso, o governo americano está tentando se explicar sobre as declarações de seu ex-assessor de segurança, John Bolton. Bolton disse em livro que Trump pediu ao presidente chinês, Xi Jinping, que comprasse mais produtos agrícolas americanos para ajudar em sua reeleição. O chanceler americano, Mike Pompeo, chamou Bolton de “traidor”, numa declaração que estampou a manchete do Financial Times.

Some-se a essa instabilidade o fato de cada vez mais estados americanos, como Flórida, Texas e Califórnia, reportarem uma alta no número de casos do novo coronavírus. Ainda assim, os índices futuros de ações americanos estavam em alta às 7h de Brasília — o S&P subia 180 ponto. As bolsas europeias também abriram em alta e as asiáticas, fecharam no azul. A liquidez, mais uma vez, está ganhando da pandemia e da instabilidade política.

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