Economia
TST decide sobre acordo dos funcionários dos Correios em greve
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai analisar nesta terça-feira o dissídio coletivo entre os Correios e os seus empregados, que estão em greve desde 16 de dezembro. O tribunal atua para mediar um acordo entre as partes visando o fim da paralisação, mas as propostas apresentadas foram recusadas pelos representantes dos trabalhadores.
Na última sexta-feira, houve uma rodada de negociações entre a estatal e as federações sindicais que representam os funcionários, sem sucesso no acordo.
— Foi proposto um acordo que parecia razoável tanto para a empresa quanto para os empregados, porém, as assembleias não aprovaram a proposta e, como empresa, não temos condições de evoluir além do que foi apresentado — afirmou o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, em entrevista coletiva na segunda-feira.
Outra tentativa de negociação ocorreu ainda nesta segunda, sendo a última esperança para um acerto antes do julgamento pelo TST.
Na quinta-feira anterior, o presidente do TST reforçou uma decisão para que os Correios mantenham no mínimo 80% do efetivo em cada agência, sob risco de multa diária de R$ 100 mil às federações que representem a categoria.
— O dissídio tem como objetivo garantir força de trabalho suficiente, mantendo 80% do quadro, com penalidade aplicada em caso de descumprimento — esclareceu Rondon.
A greve em grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte aumentou o atraso nas entregas nas vésperas do Natal. A porcentagem de encomendas entregues dentro do prazo já vinha caindo durante o ano, principalmente devido a problemas financeiros com fornecedores, mas a paralisação agravou a situação, levando os consumidores a buscar alternativas privadas e ficando sem serviço.
O índice de entregas pontuais pelos Correios está abaixo de 70% no país, variando entre 50% e 70% dependendo da região. Isso indica que ao menos 30% das remessas estão atrasadas neste mês, um dos piores resultados do ano.
A crise econômica da estatal contribui para a dificuldade. A direção apresentou um plano de reestruturação depois de contratar um empréstimo de R$ 12 bilhões.
Esse plano inclui medidas como o fechamento de cerca de 1.000 agências que não geram lucro, aproximadamente 20% do total, além da oferta de demissão voluntária para até 15 mil funcionários.


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