Os trabalhos apresentados nesta semana no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia, o evento mais importante sobre câncer no planeta, consolidaram o conhecimento médico sobre os tratamentos dos tipos mais graves de tumores de pele.
Para os casos de melanoma, a imunoterapia, que estimula o sistema imune do paciente a combater as células do câncer, e a chamada terapia-alvo, que ataca um ponto específico da célula cancerosa, foram os destaques nesse sentido.
As atualizações de pesquisas mostram que um terço dos pacientes tratados com imunoterapia continua com o câncer melanoma completamente controlado após quatro anos – um prognóstico bastante otimista, que não era conquistado num passado recente.
Na terapia-alvo, foi apresentada a atualização da combinação de dois remédios (encorafenib e binimetinib), que, juntos, revelam uma eficácia elevada no melanoma que tem a mutação para o gene BRAF (que faz as células do tumor crescerem mais rapidamente). O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2018, teremos cerca de seis mil novos casos da doença no país.
Em relação ao carcinoma de Merkel, um subtipo de câncer de pele bastante agressivo, que responde muito bem à imunoterapia, pesquisas apontaram que os medicamentos já conseguem manter o controle sobre a doença em 30% dos pacientes.
“No passado, o prognóstico era muito ruim e os pacientes apresentavam uma sobrevida de cerca de 12 meses. O tratamento era basicamente quimioterápico”, conta o oncologista Antonio Carlos Buzaid, fundador do Instituto Vencer o Câncer, médico dos hospitais BP – Beneficência Portuguesa e Israelita Albert Eintein, em São Paulo. “Hoje, com a imunoterapia, os resultados são muito positivos. Fora que ela proporciona melhor qualidade de vida do paciente”, ressalta.
Um dos medicamentos foi aprovado no Brasil para esse uso específico nesta semana. O avelumab se mostrou bastante eficaz nos estudos apresentados no congresso americano. É o primeiro tratamento indicado para carcinoma de células de Merkel metastático, considerado um tipo raro de câncer. Na Europa, um total de 2 500 pessoas são diagnosticadas com a doença a cada ano. Por aqui, ainda não há dados epidemiológicos específicos disponíveis.
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