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TV 3.0: conheça a nova geração da televisão aberta que vai mudar sua forma de assistir

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0 no Brasil, também chamada de DTV+, a próxima etapa da televisão aberta e gratuita que transformará a maneira como o público assiste aos programas.

Esse novo sistema é baseado em três pilares principais: qualidade de imagem e som aprimorados, maior interatividade e conteúdos personalizados.

O que muda na TV?

A DTV+ representa o padrão moderno da televisão digital, tornando o sistema mais inteligente e adaptado às preferências do espectador. Com essa inovação, a TV digital brasileira será atualizada oferecendo transmissões em 4K e 8K, áudio imersivo, além de uma interação ampliada e ligação com a internet.

O padrão tecnológico adotará imagens e sons com qualidade elevada e permitirá integração com internet. As regras para essa tecnologia foram divulgadas pelo Palácio do Planalto e definem como as emissoras de TV devem proceder.

O período de preparação deverá terminar em 2025, com o começo das primeiras transmissões da TV 3.0 nas principais capitais previsto para o primeiro semestre de 2026. A expansão para todo o país poderá levar até 15 anos.

Uma experiência mais próxima e personalizada

A assinatura do decreto veio após anos de estudos, pesquisas e diálogos conduzidos pelo Ministério das Comunicações com empresas, acadêmicos e especialistas. Agora, as emissoras já podem começar a implantação da nova tecnologia.

Frederico Siqueira, ministro das Comunicações, garantiu que a implantação será gradual e gratuita, sem necessidade de troca imediata de aparelhos, oferecendo ainda um período de convivência entre os sistemas antigos e o novo.

“A TV 3.0 permitirá voltar programas, interagir com outros espectadores, e até comprar produtos exibidos na programação. Conteúdos e anúncios poderão ser adaptados às regiões e aos gostos do público, sempre respeitando a legislação”, afirmou o ministro.

Um marco histórico

Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, declarou que o objetivo é lançar o sistema durante a Copa do Mundo de 2026.

“É uma etapa histórica na evolução da TV aberta, que avança em qualidade e na entrega de conteúdo relevante para toda a população brasileira”, disse.

Ele comentou que essa tecnologia combina o tradicional com o digital, proporcionando uma experiência mais interativa, personalizada e de alta qualidade.

Executivos das principais emissoras estiveram presentes no evento no Planalto. Marcus Vinícius Vieira, CEO da Record, ressaltou as oportunidades de novos negócios, enquanto Renata Abravanel, presidente do Conselho do Grupo Silvio Santos, destacou a aproximação com o público pela interatividade e conectividade maiores.

Mais benefícios para o telespectador

Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social, mencionou que os brasileiros assistem em média 5 horas de TV por dia, principalmentes em canais abertos. Ele destacou as melhorias em personalização e acessibilidade que virão com o novo sistema.

“Será possível contar com canais que ofereçam diferentes opções de áudio para pessoas com deficiência, ampliando as formas de informação e diversão para toda a família”, disse.

A nova TV digital trará mais opções, imagens e som de alta qualidade, além de anúncios mais segmentados e conteúdos mais relevantes.

Embora o presidente Lula não tenha feito um discurso, mencionou o esforço de Sidônio Palmeira e do fotógrafo Ricardo Stuckert para viabilizar a assinatura do decreto, que visa entregar uma experiência mais rica ao público.

Flávio Lara Resende, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), chamou a nova tecnologia de uma “revolução” que permitirá novos modelos de negócio e receita, atualmente disponíveis somente na internet.

“Com a total integração dos conteúdos transmitidos pelo sinal aberto e os disponibilizados pela internet, a TV 3.0 possibilitará uma experiência personalizada e interativa”, explicou. “Esse avanço é decisivo para manter a TV aberta competitiva, relevante e forte.”

Investimentos de bilhões e avanços técnicos

A Abert estima que a implantação da TV 3.0 exigirá cerca de R$ 11 bilhões em investimentos privados nos próximos 15 anos, com R$ 2 bilhões destinados somente ao segmento de transmissão.

Lara Resende destacou a importância do diálogo entre governo e setor privado para garantir um ambiente regulatório propício à inovação.

O decreto oficializa o uso da tecnologia ATSC 3.0, recomendada pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD), responsável por assessorar tecnicamente o governo na implantação da TV digital no país.

Esse fórum, instituição sem fins lucrativos, reúne representantes da radiodifusão, universidades, centros de pesquisa e fabricantes de equipamentos tecnológicos.

Brasil na vanguarda regional

Paulo Tonet Camargo, presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, afirmou que o decreto posiciona o Brasil como líder na América Latina para essa tecnologia.

“Países latino-americanos aguardavam a definição do Brasil para seguir com seus projetos de TV 3.0. Essa assinatura marca um avanço que pode levar o modelo brasileiro para outros mercados da região”, comentou.

A tecnologia ATSC 3.0 é um conjunto de padrões de transmissão digital avançados, abrangendo desde o transporte físico dos sinais até áudio, vídeo, legendas, interatividade, mensagens de emergência, segurança e datacasting.

Ela também permitirá que as emissoras respondam rapidamente às mudanças do mercado e às inovações tecnológicas. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será responsável pelo planejamento das frequências para garantir uma transição suave.

Mais conteúdo e alta definição

A TV 3.0 possibilitará a oferta de conteúdos adicionais sob demanda, incluindo séries, jogos e programas exclusivos, além do sinal ao vivo.

Será possível contar com aparelhos que suportem resolução até 8K, garantindo imagens nítidas com cores mais vibrantes.

Vale lembrar que a internet não será necessária para acesso à TV 3.0, mas ela ampliará as opções de conteúdo e interatividade com produtos exibidos na programação aberta.

Raymundo Barros, presidente do Fórum SBTVD, explicou que a nova plataforma transformará canais tradicionais em aplicativos, permitindo novas funcionalidades como personalização, serviços digitais do governo, publicidade segmentada e comércio eletrônico.

“Em 2025, a TV aberta brasileira celebrará 75 anos atuando em favor da população. Com a TV 3.0, o Brasil não só acompanha as tendências globais, mas cria seu próprio caminho para o futuro”, concluiu.

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