Tecnologia
Uai!rrior: A equipe brasileira que é campeã internacional de luta de robôs
Dentro da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), um grupo de pesquisadores se empenha na criação e no desenvolvimento de robôs. Mas o que diferencia a equipe da universidade mineira de várias outras é o que acontece com os robôs depois que ficam prontos: eles enfrentam outros robôs criados por outras equipes mundo afora em batalhas épicas como essa:
A equipe Uai!rrior foi formada em 2001 pelo professor Tales Cleber Pimenta e por alunos de diversos cursos de engenharia e ciências da UNIFEI. Mas, naquela época, o grupo era conhecido como “Equipe Scorpion”. A missão era desenvolver máquinas para várias modalidades de combate entre robôs. Logo no primeiro ano do projeto, a equipe participou de uma competição em Campinas e venceu os times de robótica da USP, da Unicamp e do ITA. Era um sinal de que estavam no caminho certo.
Com o estímulo da vitória, a equipe foi ainda mais fundo nos estudos de robótica. De lá para cá, o nível das competições aumentou e o time precisou evoluir na construção das máquinas. A sucata – matéria-prima dos primeiros robôs – foi substituída por materiais sofisticados como alumínio aeronáutico e aços especiais utilizados em blindagem de tanques de guerra. As batalhas também inspiraram o novo nome da equipe, que faz um trocadilho com a expressão mineira “uai!” e a palavra warrior (guerreiro, em inglês).
Em 13 anos, a equipe Uai!rrior acumula vários títulos. Eles são pentacampões brasileiros e bicampeões mundiais no hóquei de robôs (sim, essa competição existe e é incrível!). Não para por aí. De acordo com Jorge Augusto Costa Junior, Capitão Geral da equipe, os títulos que mais marcaram foram o campeonato mundial de combate, conquistado em 2013 em uma campanha sem derrotas, e o campeonato nacional alcançado na edição de 2014 da Campus Party. O robô General, que pesa 55kg, foi a estrela dessa competição. E ainda ajudou o time a levar para casa o primeiro lugar do STEM Tech Olympiad, campeonato mundial que rolou em Miami em março e abril deste ano.
Dá para ver que a equipe Uai!rrior não veio para brincadeira. Mas o que ela tem que as outras não têm? “Acredito que nosso maior diferencial é que, além de irmos para a competição para competir, ajudamos a competição e a robótica a evoluir”, diz Jorge. “Pensamos além da competição. Muitas vezes ajudamos as outras equipes a ‘fechar’ seus robôs para lutarem contra nossa equipe. O importante é colocar a tecnologia a prova. É evoluir”, completa.
Para o capitão do time, a palavra de ordem é inovação. O General é o único robô do mundo com um sistema de lança-chamas e um sistema de arma ativa. Além disso, a Uai!rrior é uma das poucas equipes que também desenvolve a própria placa eletrônica para o controle dos robôs. O problema é que as novidades custam caro. Para financiar o desenvolvimento das máquinas de combate, a Uai!rrior recebeu apoio de patrocinadores e parceiros. A equipe também recebe verba do governo de maneira indireta: o investimento chega para a universidade, que divide o dinheiro entre os departamentos de acordo com regras próprias. Nem sempre o dinheiro dá para tirar do papel todas as ideias da equipe. Mas ainda há espaço para o otimismo. “Acredito que logo o investimento nessa área será maior, já que estamos conseguindo mais espaço na mídia nacional e mundial. Logo estaremos sendo vistos com outros olhos” diz Jorge.
Fonte: Super nteressante
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