Uber e 99 iniciam serviço de mototáxi em São Paulo em 11 de dezembro

A 99 e a Uber planejam começar a oferecer o serviço de mototáxi na cidade de São Paulo a partir do dia 11 de dezembro. O anúncio foi feito em uma coletiva na manhã de terça-feira (18/11), realizada em Pinheiros, região oeste da capital.

O diretor de Políticas Públicas da Uber Brasil, Ricardo Leite Ribeiro, afirmou que as empresas estão assumindo compromissos para a autorregulação da atividade nesta reintrodução do serviço.

Essa liberação para operar motos por aplicativo em São Paulo ocorre após uma disputa judicial importante, que teve um desfecho no dia 10, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou como inconstitucional a lei estadual paulista que restringia e regulava o mototáxi.

Em uma decisão anterior, o ministro Alexandre de Moraes já havia suspendido a norma, comentando que a proibição ou limitação do transporte de passageiros por motocicleta violava os princípios da livre iniciativa e concorrência.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a decisão do STF, classificando-a como uma “certa insensatez”, mas ressaltou que irá respeitar a determinação judicial, apesar de manifestar preocupações sobre os riscos envolvidos.

Até o momento, não há regulamentação municipal para esse tipo de serviço. Contudo, as empresas asseguram que, independente dessa definição, iniciarão as operações na data anunciada.

Ricardo Ribeiro destacou que caso as regras impostas futuramente pela Prefeitura estejam fora do que prevê a legislação, a questão poderá ser objeto de novas discussões jurídicas.

A diretora de relações governamentais da 99 Tecnologia, Irina Frare Cezar, comentou que as companhias acataram um decreto municipal mesmo cientes de sua inconstitucionalidade, e lamentou a falta de diálogo entre as empresas e as secretarias da Prefeitura, tendo acesso à informação apenas por meio da Lei de Acesso à Informação.

Como parte dos compromissos para garantir a segurança, as empresas apresentaram um sistema de alerta visual e sonoro para o motociclista em caso de excesso de velocidade, esperando que ele diminua a velocidade rapidamente. Também será usada telemetria para identificar práticas de direção insegura, como freadas bruscas.

O serviço tem sido nomeado pelas empresas como “motoapp”, destacando diferenças do mototáxi tradicional, como monitoramento online e acompanhamento via plataforma digital.

Em alguns bairros afastados do sul e norte da cidade, já há presença de mototáxis operando de forma irregular.

Uma pesquisa recente encomendada pelas empresas pela Datafolha revelou que, quando o serviço operou em janeiro deste ano, mais da metade das viagens duraram até 15 minutos. A maioria dos usuários utilizou o mototáxi para deslocamento ao trabalho, visita a conhecidos e estudo.

O maior motivo para escolher o mototáxi foi a economia de tempo, com 86% dos entrevistados apontando que o serviço proporciona rapidez, economizando em média 84 minutos diários em seus deslocamentos.

O custo também foi um fator relevante, com a maioria dos usuários destacando que o preço do mototáxi é inferior ao transporte tradicional, economizando cerca de R$ 22 por viagem.

Na avaliação geral, 80% deram notas 9 ou 10 para o serviço, e quase todos os entrevistados manifestaram a intenção de usar o mototáxi novamente.