Mundo
Ucrânia ataca oleoduto que leva petróleo russo para Hungria e Eslováquia

A Ucrânia realizou um ataque nesta sexta-feira (22) contra a infraestrutura de um oleoduto que transporta petróleo da Rússia para Hungria e Eslováquia, como parte de uma ofensiva para afetar Moscou em meio às negociações de cessar-fogo. Este é o segundo incidente envolvendo o oleoduto Druzhba nesta semana, sendo o primeiro na segunda-feira, conforme informado pela agência Reuters.
O ataque causou uma interrupção no fornecimento de petróleo para países do Leste Europeu por cinco dias. Além de Eslováquia e Hungria, que são membros da OTAN e da União Europeia, o oleoduto também abastece Belarus e outras nações. O fluxo já havia sido interrompido entre segunda e terça-feira.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, divulgou uma carta endereçada ao ex-presidente americano Donald Trump, na qual afirma que a Ucrânia atacou o oleoduto Druzhba poucos dias antes de uma reunião entre Trump e Vladimir Putin, em 15 de agosto, no Alasca. Orbán descreveu o ataque como um “movimento muito infeliz”.
Uma foto da carta publicada por Orbán no Facebook mostrou um bilhete escrito à mão, supostamente por Trump, dizendo: “Viktor, não gosto de ouvir isso, estou muito irritado com isso”. A Casa Branca não emitiu declarações oficiais sobre os ataques.
A União Europeia vem diminuindo o fornecimento de energia da Rússia desde a invasão à Ucrânia em 2022 e planeja eliminar gradualmente as importações de petróleo e gás russos até o final de 2027. No entanto, Eslováquia e Hungria mantêm seus vínculos com Moscou.
A UE investiu em infraestrutura energética na Croácia para oferecer fontes alternativas de suprimento a esses países.
Autoridades húngaras condenaram o ataque, afirmando que os países europeus são os mais prejudicados. Péter Szijjártó, Ministro das Relações Exteriores da Hungria, destacou a importância do oleoduto Druzhba para o abastecimento energético da região e escreveu no Twitter: “O oleoduto Druzhba é vital para nosso fornecimento energético. Sem ele, a entrega de petróleo aos nossos países é simplesmente impossível”.
Péter Szijjártó também revelou que, junto com o chefe da diplomacia da Eslováquia, Juraj Blanár, enviou uma carta à vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, e ao comissário de Energia, Dan Jørgensen, solicitando medidas contra os ataques ucranianos à infraestrutura.
Segundo Szijjártó, a Comissão Europeia prometeu por escrito agir contra tais ataques, mas após três ocorrências, não tomou nenhuma ação para proteger o fornecimento energético dos membros da UE. Ele ressaltou: “Bruxelas precisa entender: eles são a Comissão EUROPEIA, não a Comissão Ucraniana!”
Os ataques realizados pela Ucrânia contra infraestruturas russas fazem parte de sua estratégia para pressionar Moscou e garantir melhores condições durante as negociações de paz. Por sua vez, Moscou realiza ataques frequentes contra a infraestrutura energética ucraniana, dificultando o aquecimento de civis e o abastecimento de combustível para a indústria durante o inverno.
A Ucrânia ainda tem danificado várias refinarias russas com o objetivo de interromper as exportações de energia e provocar escassez de combustível em diversas regiões da Rússia.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login