Centro-Oeste
Um ano após, morte de menino em centro olímpico ainda sem solução
Pouco mais de um ano desde o falecimento do adolescente Eduardo Costa Macedo, conhecido como Dudu, o mistério em torno do ocorrido permanece, aprofundando a angústia da família. Com 15 anos na época, em novembro de 2024, Dudu sofreu um choque elétrico ao tocar em um poste no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Santa Maria (DF). Até agora, ninguém foi responsabilizado pelo acidente.
Na noite de 10 de novembro de 2024, Dudu jogava futebol com amigos no COP quando a bola saiu do campo. Ao tentar recuperá-la pulando o alambrado, ele segurou um poste para não perder o equilíbrio e sofreu o choque elétrico, caindo inconsciente. Amigos acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Após ser transferido para um hospital particular em Taguatinga, Dudu não resistiu e faleceu em 16 de novembro, seis dias depois do incidente. Em 18 de novembro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) iniciou uma investigação, que ainda não resultou em conclusão.
Dudu era o filho mais novo de três irmãos, morava em Santa Maria, e seu passatempo favorito era jogar futebol. Apesar de não frequentar aulas no COP, ele costumava estar lá à noite e nos fins de semana, quando o local está aberto para a comunidade.
A mãe de Dudu, a assistente administrativa Lene Maria Cavalcante, de 47 anos, relata as dificuldades no contato com as autoridades que investigam o caso. Segundo ela, a polícia fez uma única visita após o falecimento e, desde então, a família recebe apenas respostas sobre prorrogações do prazo para conclusão das investigações.
A Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal também visitou a família logo após a tragédia, oferecendo apoio inicial, mas posteriormente não manteve contato. Lene lamenta a sensação de esquecimento e impunidade, enquanto o Centro Olímpico segue em funcionamento como se nada tivesse ocorrido.
A dor da perda permanece viva. Lene expressa que perdeu o filho e que sua vida e a de sua família ficaram paralisadas. A espera pela justiça é angustiante, e o sentimento de abandono é constante.
Como forma de homenagem, a quadra poliesportiva do Centro de Ensino Médio 404, onde Dudu estudava, foi nomeada em sua memória. A iniciativa partiu de um amigo, o líder comunitário Nathan Rodrigues, que solicitou a instalação de uma placa commemorativa com o apoio da diretora da escola e do Departamento de Estradas de Rodagem do DF.
A cerimônia de inauguração da quadra nomeada aconteceu em fevereiro deste ano, reunindo estudantes e familiares em um momento simbólico que reconheceu a memória de Eduardo com respeito e carinho.
Posicionamento das autoridades
A Polícia Civil informou que o inquérito está em fase final, aguardando um laudo complementar, e que todos os envolvidos considerados necessários já foram ouvidos. A 33ª Delegacia de Polícia de Santa Maria está à frente das investigações.
Até a última atualização, o Ministério Público do Distrito Federal e a Secretaria de Esporte e Lazer não haviam se manifestado sobre o caso.


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