Economia
Um quinto das indústrias usaria navios para transporte se condições melhorassem

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 20% das indústrias brasileiras que ainda não utilizam a cabotagem — o transporte marítimo entre portos dentro do mesmo país — adotariam essa forma de logística caso as condições fossem apropriadas.
Foram entrevistadas 195 empresas do setor industrial, das quais apenas 29% já fazem uso da cabotagem para escoar suas mercadorias, apesar do Brasil possuir uma das maiores linhas costeiras do mundo.
Recentemente, o governo federal publicou um decreto que regulamenta o programa “BR do Mar”, lançado em 2022 para fomentar o uso da cabotagem.
Atualmente, esse tipo de transporte representa 11% da matriz logística brasileira, sendo majoritariamente utilizado na movimentação de petróleo e combustíveis — que correspondem a 75% da cabotagem no país.
A CNI acredita que o Brasil tem capacidade para ampliar o uso da cabotagem. Essa modalidade costuma ser mais econômica em comparação ao transporte rodoviário, além de oferecer maior segurança contra roubos e desvios de cargas.
Quanto maior a quantidade transportada, menor o custo por navio. Por isso, segundo a CNI, equilibrar melhor a matriz de transporte nacional poderia reduzir em cerca de 13% os custos logísticos das empresas.
Principais desafios
De acordo com a pesquisa, entre as empresas que não utilizam a cabotagem, os principais obstáculos mencionados foram incompatibilidade geográfica (45%), falta de rotas disponíveis (39%), maior tempo de trânsito (15%) e distância do local de origem até o porto (15%).
Entre as indústrias que já fazem uso dessa forma de transporte, o principal motivo apontado para a adoção da cabotagem foi a diminuição dos custos, citada por 79% dos respondentes. Além disso, 21% destacaram a maior segurança durante o transporte como fator importante.

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