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Um terço das vítimas de acidentes de moto têm entre 20 e 29 anos, diz Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou recentemente uma análise destacando os efeitos dos acidentes envolvendo motocicletas. Um dado preocupante é que quase um terço das vítimas está na faixa etária entre 20 e 29 anos, representando uma proporção muito maior em comparação à população geral dessa idade.
O estudo denominado “Mortalidade e morbidade das motocicletas e os riscos da implantação do mototáxi no Brasil” revela que o número de óbitos ligados a motos aumentou quinze vezes entre 1996 e 2023, período em que a frota de motos cresceu de 2,7 milhões para 34 milhões.
O levantamento foi divulgado em um momento em que a cidade de São Paulo se prepara para o início dos serviços de mototáxi, previstos para serem operados pela Uber e 99 a partir de 11 de dezembro.
Segundo a nota técnica do Ipea, a maioria das vítimas de acidentes com motocicletas tem um perfil bem definido: homens jovens, pardos, com escolaridade baixa ou média, o que indica baixa renda.
Entre os anos de 2005 e 2024, mais de 75 mil pessoas de 20 a 29 anos perderam a vida em acidentes com motos, representando 35% do total de vítimas. No mesmo período, a quantidade de internações de motociclistas nesta faixa foi de 654 mil, também 35% do total.
Adicionalmente, aproximadamente 90% das vítimas têm ensino médio completo ou menos, sugerindo que a maior parte faz parte das classes sociais menos favorecidas. Muitos destes, devido à escolaridade limitada para empregos mais lucrativos, acabam se tornando trabalhadores de aplicativos de entrega ou transporte com motos, ficando assim mais vulneráveis aos acidentes.
Dados do Ipea indicam que o Datasus registrou um aumento significativo no número de mortes em acidentes de moto, que passou de 792 em 1996 para 13.521 em 2023. A taxa de mortalidade teve um pico em 2014, mas voltou a subir nos últimos anos, chegando a 6,4 por 100 mil habitantes recentemente.
O número de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) causadas por acidentes de moto subiu onze vezes entre 1998 e 2024, ultrapassando 165 mil casos. Essas vítimas respondem por 60% das internações por acidentes de transporte, embora a frota de motos seja quase três vezes menor que a de automóveis.
A nota técnica destaca que, corrigidos pelo índice de inflação, os custos para o SUS relacionados a acidentes de motocicleta cresceram de R$ 41 milhões em 1998 para R$ 273 milhões em 2024, e essa tendência continua em alta.


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