Economia
União Europeia confiante em acordo com Mercosul em breve
Embaixadores e diplomatas dos países da União Europeia (UE) demonstram esperança na concretização do acordo final com o Mercosul, prevista para 20 de dezembro.
O sentimento entre os principais representantes da UE, exceto França e Polônia, é de que esta é uma oportunidade imperdível.
As negociações entre os dois blocos acontecem desde o final dos anos 1990. Fontes europeias indicam que o acordo pode entrar em vigor poucos meses após sua assinatura, desde que seja aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado ou Governo dos 27 países membros, além do presidente do Conselho e da Comissão Europeia.
A aprovação do acordo torna-se cada vez mais importante no cenário global atual, onde a Europa defende o multilateralismo e o livre-comércio, especialmente diante do aumento do protecionismo, principalmente pelos Estados Unidos.
Um passo fundamental para a validação do acordo EU-Mercosul será a votação das salvaguardas agrícolas pela Comissão de Comércio Internacional (Inta) do Parlamento Europeu, marcada para esta segunda-feira.
Espera-se a aprovação dessas salvaguardas, o que poderia enfraquecer a oposição da França, país que tem resistido devido à pressão de seus agricultores, incentivando que seus representantes no Conselho Europeu se abstenham ou apoiem o acordo na votação prevista para 18 de dezembro.
Mesmo com a aprovação da Inta, as salvaguardas ainda precisarão ser ratificadas pelo plenário do Parlamento Europeu. Também é necessária a votação do texto final antes da deliberação no Conselho Europeu.
Há otimismo entre países como Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Bélgica, Países Baixos e Portugal de que o acordo seja aprovado até 18 de dezembro, possibilitando sua assinatura no Brasil no dia 20.
No Conselho, Itália desempenha papel decisivo, vista como o voto que pode garantir a aprovação. Apesar de pressões internas do setor agrícola, o governo de Giorgia Meloni já expressou apoio ao texto.
A posição italiana é especialmente relevante porque o Conselho Europeu exige pelo menos 15 votos favoráveis entre os 27 estados membros, que representem ao menos 65% da população do bloco. Sendo o terceiro país mais populoso da UE, com 58 milhões de habitantes, o apoio italiano deve contrabalançar a oposição da França (68 milhões) e Polônia (38 milhões). O suporte de Itália soma-se ao de Alemanha (84 milhões) e Espanha (49 milhões).
Com a assinatura do acordo, as cláusulas comerciais seriam imediatamente aplicadas, embora os aspectos políticos ainda necessitem de ratificação pelos países do Mercosul e da União Europeia.


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