Brasil
União Europeia doa 20 milhões de euros ao Fundo Amazônia
Financiamento internacional foi criado em 2008, mas doações foram paralisadas durante governo de Jair Bolsonaro
O apoio da UE “permitirá acelerar” a luta contra o desmatamento e “abrir alternativas de geração de renda para as comunidades locais da floresta amazônica”, afirmou a comissária europeia de parcerias internacionais, Jutta Urpilainen, ao anunciar o acordo no Rio.
Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES), o fundo busca arrecadar doações para ações de combate ao desmatamento, conservação e uso sustentável da Amazônia brasileira.
Doações ao Fundo Amazônia
Desde sua criação, em 2008, até o ano passado, o fundo recebeu 1,3 bilhão de dólares (R$ 7,2 bilhões) em doações da Noruega, Alemanha e da Petrobras, além de Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Japão.
Em 2019, no entanto, os aportes foram paralisados devido a desacordos sobre a falta de compromisso do então presidente Jair Bolsonaro com a proteção desse território.
Desde que assumiu a Presidência no ano passado, Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo têm feito esforços para reativar o Fundo Amazônia.
Objetivo da doação
A comissária europeia disse que os recursos devem ser destinados a alcançar “impactos sociais duradouros e garantir que todos os projetos beneficiem não apenas a alguns, mas a muitos”.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, explicou que o aporte da UE beneficiará 29 milhões de habitantes da Amazônia, “mas sempre (em iniciativas) ligadas ao combate ao desmatamento”.
Segundo Mercadante, em 2023, o fundo liberou R$ 1,3 bilhão, o maior desembolso de sua história, e atualmente dispõe de R$ 3,9 bilhões em caixa.
“Vão ter drones, helicópteros, navios, lanchas blindadas para combater o crime organizado da Amazônia, que está por trás de boa parte do desmatamento e do garimpo ilegal”, acrescentou durante o evento.
O fundo receberá paralelamente um crédito de 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão) do Banco Europeu de Investimentos, que será destinado a projetos de transição energética, descarbonização e energia limpa, indicou o presidente do BNDES.
Afetada por atividades como a pecuária e a mineração ilegal, a Amazônia está, segundo cientistas, se aproximando de um ponto sem retorno, a partir do qual passará a emitir mais carbono do que absorve, agravando a mudança climática.
No primeiro semestre de 2024, no entanto, o desmatamento na Amazônia brasileira caiu em 42% em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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