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Urgência da anistia é aprovada por aliança entre Centrão e oposição
Partidos do centro, que têm ministérios no governo Luiz Inácio Lula da Silva, foram responsáveis por 58% dos votos favoráveis à urgência do projeto de anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. MDB (21), PSD (28), União Brasil (49), Republicanos (40) e PP (43) juntos somaram 181 dos 311 votos que aprovaram o requerimento nesta quarta-feira.
Por outro lado, PT, PSB, PDT, PCdoB, Rede e PSOL, também na Esplanada, não registraram votos a favor. O placar final foi 311 a 163.
Esse resultado, segundo líderes, busca enviar um recado político à oposição, mesmo sem consenso sobre qual versão do texto será votada no plenário.
A votação evidenciou divergências dentro dos partidos de centro. No MDB, apesar da orientação contrária do líder da bancada, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), 21 deputados votaram a favor e 14 contra. No PSD, a votação foi 28 a favor e 12 contra. União Brasil e Republicanos foram essenciais para a aprovação, embora partes de suas bancadas tenham resistido.
Projeto de Crivella usado como base
O pedido de urgência acelera a tramitação de uma proposta de anistia de 2023, apresentada pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). O texto inicial prevê perdão amplo a todos que participaram de manifestações políticas e eleitorais desde 30 de outubro de 2022, após a derrota de Bolsonaro.
Parlamentares afirmam que o projeto de Crivella servirá apenas como base para uma nova versão, que pode focar na redução de penas, e não em um perdão total, como quer a oposição.
A principal questão é se o ex-presidente Jair Bolsonaro estará incluído entre os beneficiários. A votação da urgência ocorreu poucos dias após a condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão por tentativa de golpe e outros crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), aumentando a pressão política para uma resposta legislativa.
Como votaram os partidos
- PP: 43 sim, 6 não, 1 ausência
- MDB: 21 sim, 14 não, 5 ausências
- Republicanos: 40 sim, 1 não, 2 ausências
- PL: 85 sim, 0 não, 3 ausências
- PSDB: 10 sim, 2 não, 1 ausência
- Novo: 5 sim, 0 não
- PDT: 0 sim, 13 não, 3 ausências
- PT: 0 sim, 66 não, 1 ausência
- Cidadania: 3 sim, 0 não, 1 ausência
- União Brasil: 49 sim, 6 não, 3 ausências
- PCdoB: 0 sim, 9 não
- PV: 0 sim, 4 não
- PSD: 28 sim, 12 não, 5 ausências
- Solidariedade: 4 sim, 1 não
- PSB: 0 sim, 12 não, 4 ausências
- Avante: 6 sim, 0 não, 1 ausência
- Podemos: 12 sim, 2 não
- PSOL: 0 sim, 14 não
- PRD: 5 sim, 0 não
- Rede: 0 sim, 1 não
Declaração de Motta
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que não apoia pautas que aumentem a polarização no país. Caso a urgência seja aprovada, o objetivo será discutir um texto que promova a pacificação.
Ele ainda anunciou que definirá um relator para o projeto, que deve apresentar um substitutivo, e afirmou que seu papel é conduzir o processo com equilíbrio, ouvindo todas as posições para promover a união do Brasil.
Versão da oposição
Uma das propostas da oposição prevê que Bolsonaro possa voltar a concorrer em 2026, oferecendo anistia ampla que incluiria também o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros investigados em inquéritos do STF sobre fake news e milícias digitais.
Essa versão, defendida pelo PL, cobre crimes relacionados ao uso das redes sociais, ataques a instituições, e apoio logístico e financeiro a protestos e atos contra a soberania nacional. A anistia teria início em 14 de março de 2019, data do começo do inquérito das fake news, que a oposição considera o início da perseguição judicial contra Bolsonaro e seus aliados.

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