O risco de uma pessoa contrair doenças a partir do uso do vaso sanitário de banheiros públicos é improvável, segundo apontam especialistas. De acordo com o Science Alert, a maioria das doenças intestinais envolve a transferência de bactérias por meio da contaminação fecal das mãos, alimentos e superfícies levadas até as mucosas de olhos, nariz ou boca, por exemplo.
Por isso, não há a necessidade de fazer malabarismo na hora de fazer xixi, especialmente porque a pele humana é coberta por uma camada de bactérias que funcionam como escudo protetor altamente eficaz. Além disso, o sistema imunológico é especialista em proteger as pessoas contra patógenos “sujos”.
No entanto, indivíduos muito preocupados com a higienização de ambientes públicos podem utilizar pacotes de lenços antissépticos para limpar o assento antes de usá-lo, evitando uma possível contaminação. Essa dica também pode ser utilizada quando houver gotículas de urina do usuário anterior.
Outra preocupação ao usar banheiros públicos são as maçanetas. Como algumas pessoas não costumam lavar as mãos depois de usar o toalete, é recomendável abrir a porta de saída com o cotovelo, manga do casaco ou um lenço para escapar da recontaminação.
Malabarismo feminino
Enquanto problemas causados por sentar no vaso sanitário são muito baixas, o “malabarismo” – técnica muito usada pelas mulheres – na hora de achar uma posição para urinar sem encostar no assento pode trazer sérias consequências. Em entrevista ao Science Alert, Brianne Grogan, fisioterapeuta especialista em saúde feminina, disse que essa técnica pode causar ferimentos ou aumentar o risco de infecção.
Isso ocorre porque esse “agachamento” feito na hora de fazer xixi tensiona os músculos do assoalho pélvico e da cintura pélvica – rotadores do quadril, glúteos, costas e abdômen -, dificultando a fluência da urina. Outro problema é o fato de que, para sair dessa posição desconfortável, muitas mulheres forçam o fluxo de urina, o que pode contribuir para uma prolapso dos órgãos pélvicos, ou seja, a queda da bexiga da sua posição normal, por exemplo.
A fisioterapeuta ainda acrescenta que esse esforço pode levar ao esvaziamento incompleto da bexiga, podendo causar aumento da frequência e da urgência de urina. Em casos extremos, pode até aumentar os risco de desenvolver uma infecção urinária.
Higienização
Apesar de uma grande parcela dos banheiros públicos serem limpos regularmente, um estudo de 2011 mostrou que mesmo depois de dar descarga algumas bactérias não descem com a água suja e podem se espalhar para a tampa do vaso sanitário, porta, piso e o suporte do papel higiênico. Por isso, é sempre bom abaixar a tampa antes de dar descarga, o que pode ajudar a diminuir a área de contaminação, assim como sair do cubículo logo que apertar o botão. Outra recomendação é usar lenços para limpar o assento antes de usá-lo para retirar algumas das possíveis bactérias que possam estar na superfície.
Lavar bem as mãos também é uma forma de se proteger das bactérias e vírus, e remover qualquer resíduo de sujeira, impedindo que organismos infecciosos se espalhem para outras pessoas e objetos. Para uma lavagem bem feita é preciso esfregar água com sabão nas mãos e dedos por 20 a 30 segundos, inclusive sob as unhas.
No entanto, é importante lembrar que as torneiras, dispensadores de papel ou botões disponíveis para ativar os secadores também apresentam uma quantidade significativa de micróbios, já que muitas vezes as pessoas tocam esses objetos com as mãos contaminadas. Portanto, depois de fazer a higienização, deixe a torneira aberta e use uma toalha de papel limpa para desligar a água. Caso seja um secador automático, use o cotovelo para pressionar o botão de ativação.
Especialistas ainda recomendam não comer, beber ou fumar dentro do banheiro. O mesmo vale para o celular: pesquisas mostram que até 75% das pessoas utilizam o telefone no banheiro. Segundo estudo americano, os smartphones são ainda mais sujos que os vasos sanitários, então a limpeza deve se estender também ao dispositivo.
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