A Universidade de São Paulo (USP) publicou nesta quarta-feira (27) o edital com as regras para o plano de demissão voluntária. Todos os funcionários das áreas técnicas e administrativas da USP poderão aderir ao PDV.
O plano não vale para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e atendentes de enfermagem para não piorar a situação do Hospital Universitário..
A idade limite é 72 anos. O plano prevê indenizações de até 20 salários, com valor máximo de R$ 400 mil.
A USP aprovou o plano para cortar custos. A reitoria alega que a despesa com pessoal é maior do que a receita e, por isso, a universidade fecha no vermelho todo mês.
Com o plano, a USP vai gastar R$ 118 milhões. Desde o dia 12 de maio, funcionários estão parados pedindo um reajuste de 12,34%.
Os trabalhadores que aceitarem reduzir a jornada semanal de 40 para 30 horas vão perder 25% do salário.
De 2013 a 2015, a USP perdeu posições no ranking das melhores do mundo. A publicação de trabalhos científicos também vem caindo desde 2010.
O orçamento da universidade é de quase R$ 5 bilhões. No total, 95% do dinheiro vêm do ICMS o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. Em 2016, o valor total repassado caiu quase 3,5%, e a USP deve terminar o ano com um rombo de R$ 868 milhões nas contas – R$ 325 milhões a mais do que estava previsto.
A crise se torna bem concreta nas obras paradas, espalhadas pelo Campus do Butantã, onde seriam construídos em vários museus. Sobre a obra parada, a reitoria da USP afirma que vai custar três vezes mais do que já foi gasto para concluir tudo e que, por isso, não há previsão de quando ela vai terminar.
A USP também gasta demais para pagar salários. Em 2010, 80% dos recursos eram usados para isso. O valor chegou a 109% em 2014 – caiu um pouco depois de um plano de demissões voluntários. Hoje, a USP gasta 5% a mais do que recebe do governo do estado só com a folha salarial. A diferença está saindo de um fundo, uma espécie de poupança da USP.
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