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Valdemar volta atrás sobre fala de golpe, mas tensão com bolsonaristas continua

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, inicialmente afirmou a existência de uma tentativa de golpe de Estado, o que gerou forte reação entre bolsonaristas e provocou manifestações públicas da oposição nesta segunda-feira.
Frente à repercussão, Valdemar publicou uma nota onde suaviza seu posicionamento inicial, afirmando que “não houve golpe”.
Mesmo com o recuo, a fala de Valdemar aumentou o descontentamento de parte dos bolsonaristas, que já estavam distantes da liderança do partido.
O ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, Ricardo Salles, criticou: “Ele é mestre em dizer o que pensa, geralmente contra a direita, e depois volta atrás quando prejudica. Centrão sem definição age assim, como folha ao vento. Vai para onde o vento sopra, indiferente ao lado.”
No sábado, Valdemar disse que houve planejamento de golpe no Brasil, porém negou que o crime tenha ocorrido. Além disso, minimizou os atos de 8 de janeiro, classificando-os como ações de um “grupo despreparado”.
Segundo ele, “houve planejamento, mas golpe efetivo não. A lei diz que planejar um crime, sem executar, não configura crime. O Supremo considerou aquilo como golpe, mas foi só uma confusão com um grupo pequeno causando distúrbios.”
Ele também chamou de exagerada a decisão do STF que condenou Jair Bolsonaro e outros por tentativa de golpe, mas disse que a decisão deve ser respeitada.
Depois das críticas, Valdemar modificou o tom: “Minha fala foi mal interpretada. Nunca disse que houve planejamento ou tentativa. O ministro do Supremo, Luiz Fux, já confirmou isso. O presidente Bolsonaro sempre deixou claro que respeitaria a Constituição e conduziu a transição de forma democrática.”
O conflito entre Valdemar e os bolsonaristas existe há tempos. Ele tem tentado equilibrar as posições do Centrão e dos bolsonaristas sobre o futuro da direita.
Valdemar está envolvido em negociações com União Brasil, PP e Republicanos sobre a possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para presidente em 2026, mas condiciona seu apoio ao aval de Bolsonaro.
Essa postura desagrada aliados próximos ao ex-presidente, que ainda não quer apoiar nenhum candidato para a próxima eleição.
O advogado Paulo Figueiredo, que atua junto com o deputado Eduardo Bolsonaro em ações com o governo americano, criticou a declaração inicial de Valdemar: “Não podemos nos arriscar desnecessariamente.”
Também no fim de semana, Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência na administração Bolsonaro, aconselhou: “Quando não se tem preparo, é melhor não falar para evitar erros.”
De forma indireta, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) comentou: “Existe uma narrativa criada para perseguir Bolsonaro e criminalizar a direita.”

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