Vale a pena estudar para concursos nas férias?

No mês de janeiro, a maioria dos concurseiros que trabalham ou estudam entram no período de férias e, com isso, conseguem uma pausa na rotina. Além de aproveitar esse tempo para descansar e renovar a mente, é possível continuar os estudos e se adiantar na preparação.

Segundo o professor André Albuquerque, especialista em Direito Administrativo para concursos, as férias são o momento ideal para focar na revisão, identificar pontos frágeis e resolver questões, pois o tempo disponível permite conciliar essas atividades com calma.

“O aluno está menos cansado, absorve melhor o conteúdo, a concorrência diminui e você avança. Além disso, é possível reforçar os pontos fracos com tranquilidade”, explicou o professor.

Vantagens e desafios

Começar a estudar durante as férias oferece aos concurseiros mais tempo para criar uma rotina de preparação e estudar com tranquilidade. É o caso do concurseiro Alexsandro Rodrigues, que usará o período para se preparar para a prova do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), marcada para março.

“Por ter bastante tempo disponível, escolhai dedicar-me aos estudos nesta época. Como não trabalho, posso estudar o dia todo”, afirmou.

No entanto, dispor de tanto tempo livre sem planejamento pode desorganizar os concurseiros. Eles podem pensar em adiar os estudos por alguns dias, mas acabam perdendo o ritmo e o foco.

Organização dos estudos

Para lidar com esses desafios, André Albuquerque recomenda elaborar um cronograma de estudos. O primeiro passo é definir o concurso desejado. Se o edital já estiver disponível, é necessário um estudo direcionado e diário, com uma meta de quatro horas por dia, de segunda a sexta — duas horas pela manhã e duas à tarde.

Já para quem ainda não tem edital publicado, o cronograma pode ser mais flexível, estudando três ou quatro dias por semana, por duas a três horas diárias. Nesse caso, o foco pode estar mais em conteúdos novos, pois há tempo para aprendê-los.

Quanto ao descanso, é fundamental reservar um período diário para relaxar, com maior liberdade nos finais de semana.

“[Descanso], especialmente à noite, quando já estou cansado do dia e não consigo ser tão produtivo”, complementou Alexsandro.

Definindo prioridades

É importante focar nos assuntos que o candidato tem maior dificuldade ou que são mais cobrados no certame, dando ênfase à revisão e aos simulados.

André Albuquerque sugere uma regra de 70% do tempo dedicado à revisão e 30% a novos conteúdos. Ele também orienta que o estudo seja feito em blocos de 20 minutos, que alternem ambientes diferentes, para ajudar na concentração. Além disso, como a rotina nas férias pode ser instável, é aconselhável estabelecer duas ou três metas por semana e distribuí-las conforme a disponibilidade de cada dia.