Vale lidera indicações para dezembro; Itaú e Petrobras perdem destaque

A Vale está na frente das recomendações nas carteiras indicadas para o mês de dezembro. Uma análise conduzida pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, envolvendo 12 grandes bancos, corretoras e casas de análise do Brasil, revela que, além da liderança da mineradora com nove recomendações, tanto o Itaú quanto a Petrobras perderam uma indicação cada em comparação a novembro, ficando ambos com sete recomendações, empatando com a Cyrela.

A Cyrela manteve suas sete recomendações em dezembro, sem adições novas, apenas confirmações do mês anterior. O BTG Pactual, que mantém a Cyrela em sua carteira 10 SIM para dezembro, considera que a empresa é de alta qualidade, apresentando bons resultados financeiros nos nove primeiros meses de 2025 e indo na direção correta para 2026.

“A Cyrela também possui um portfólio de terrenos de qualidade, o que deve impulsionar lançamentos e vendas nos próximos meses. Além disso, a empresa está expandindo sua atuação pelo programa Minha Casa, Minha Vida através da subsidiária Vivaz e joint ventures Cury e Plano&Plano, com cerca de 40% dos lucros ligados ao MCMV, o que traz mais segurança num cenário econômico desafiador”, explicou o BTG Pactual.

Principais Recomendações

Com seis recomendações cada, aparecem a Copel e a Rede D’Or. A Rico destaca que a Copel possui um portfólio diversificado com hidrelétricas, termelétricas e parques eólicos, garantindo maior estabilidade nas receitas independentemente das variações econômicas. A empresa ainda está em processo de migração para o Novo Mercado da B3, o segmento de governança corporativa mais elevado.

Quanto à Rede D’Or, o Santander aponta que a empresa está utilizando sua capacidade hospitalar melhor do que o previsto e ampliando a complexidade dos procedimentos, o que resulta em preços médios mais altos do que o esperado. Além disso, a Rede D’Or tem focado no crescimento de membros e melhor controle da sinistralidade médica na SulAmérica.

Com cinco indicações cada, destacam-se a Axia Energia (antiga Eletrobras), o Bradesco, a Multiplan e a Sabesp. O Bradesco merece atenção especial por ter aumentado suas recomendações de três para cinco entre novembro e dezembro. A Genial Investimentos menciona que o interesse por empresas ligadas ao mercado doméstico está fundamentado em três fatores principais: o ciclo global de cortes de juros favorecendo mercados emergentes, a expectativa de flexibilização monetária no primeiro trimestre de 2026 no Brasil e a possível alternância de poder nas eleições de 2026.

Outras oito empresas receberam quatro recomendações cada: B3, BTG Pactual, Direcional, Localiza, Nubank, Prio, SmartFit e WEG. Com três indicações aparecem Equatorial, Gerdau, Itaúsa, JBS e Telefônica Brasil. Onze empresas receberam duas recomendações e 25 companhias tiveram apenas uma recomendação para dezembro.

Ibovespa em Dezembro

A Planner Investimentos ressalta que novembro foi o quarto mês consecutivo de alta para o Ibovespa, o que deixou muitos papéis do índice com preços mais elevados. No fechamento do mês, mais da metade da carteira do Ibovespa indicava que o preço atual estava acima de 90% do seu máximo nos últimos 12 meses. Além disso, o fluxo de investidores estrangeiros continua influenciando fortemente o desempenho da Bolsa.

“Entretanto, chama a atenção a baixa liquidez da B3, com média diária menor que a dos últimos três anos, o que limita a entrada de IPOs e a atratividade para ofertas secundárias de ações”, aponta a carta da Planner.

Já a Empiricus, em sua carteira 10 Ideias, reporta que para dezembro aumentou sua sensibilidade às taxas de juros e reduziu a exposição ao dólar e ao petróleo, ajustando de forma tática a composição do portfólio.

A casa acredita que, apesar das recentes altas, a Bolsa brasileira ainda está com um valor atrativo. Atualmente, o índice Ibovespa tem um preço sobre lucro (P/L) estimado para 2026 de 10,8 vezes, excluindo Petrobras e Vale que distorcem o indicador para baixo. Isso representa um valor abaixo da média histórica dos últimos dez anos, que é de 11,4 vezes.