Vaticano rejeita alegações de aparições de Jesus na França

O Vaticano divulgou na última terça-feira, 3, uma carta direcionada ao bispo de Bayeux-Lisieux, na França, onde o Dicastério para a Doutrina da Fé declarou que o fenômeno das supostas aparições de Jesus na cidade de Dozulé não possui origem sobrenatural.

A nova orientação aprovada pelo papa Leão XIV esclarece que Jesus pode responder às orações, porém não realizou aparições na região mencionada. “Parece enganoso, tanto do ponto de vista teológico quanto pastoral-simbólico, comparar a ‘Cruz Gloriosa’ de Dozulé com a de Jerusalém”, afirma o comunicado, assinado por dom Víctor Manuel Fernández.

As aparições teriam ocorrido entre 1972 e 1978, conforme relatado por Madeleine Aumont. A mensagem principal incluía a solicitação para construir uma cruz luminosa com 738 metros de altura. O documento ressalta que, embora as supostas mensagens contenham convites à conversão, penitência e a reflexão sobre a Cruz, elas trazem questões teológicas delicadas que precisam ser esclarecidas, a fim de proteger a fé dos fiéis contra possíveis interpretações errôneas.

A carta enfatiza que “qualquer outro sinal, por mais devoto ou imponente que seja, não pode ser equiparado a esses fenômenos”.

Além disso, o Dicastério reforça que a veneração da cruz é legítima e importante como um meio para a conversão e fortalecimento da fé, mas não deve fundamentar-se em aparições privadas que sejam atribuídas com autoridade sobrenatural sem a devida aprovação da Igreja.

Recentemente, o Vaticano também orientou os católicos mundialmente a não utilizarem o título “corredentora” para se referir a Maria. Segundo o documento, a Igreja reconhece que Maria colaborou na obra redentora de Cristo, porém ela não é mediadora.

O decreto destaca que o uso do termo “corredentora” pode levar a confusões, colocando em risco a singular mediação salvífica de Cristo e causando desequilíbrios na compreensão das verdades da fé cristã.