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Veja flagra de chefe do PCC em casa de luxo

Em abril do ano passado, um Fiat Toro se aproximou de um prédio de luxo no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Era fim de tarde e, para entrar no edifício da Rua Itapeti, o motorista precisou baixar o vidro do veículo. Segundo investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o condutor era Sílvio Luís Ferreira, conhecido como Cebola.
As imagens captadas pelas câmeras de segurança indicam que ele esteve no local entre 17h e 18h do dia 5 de abril de 2024. Cebola está foragido há cerca de 10 anos e é apontado como membro da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), que inclui também Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola.
Cebola estava acompanhado do advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude, que já foi acionista da empresa de ônibus UpBus e é suspeito de lavagem de dinheiro relacionada ao PCC. Ele também foi investigado por suposta infiltração da facção nas eleições e por envolvimento em ameaças contra delatores do grupo.
As imagens também registraram a presença da esposa de Mude, Rosana Aparecida Ferreira dos Santos, em diferentes áreas do imóvel, como varanda, corredor de serviço e adega.
O relatório do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, sugere que o imóvel estava sendo preparado para futura ocupação e que possivelmente era habitado pelo líder do PCC. Vale destacar que Mude residia em um imóvel próximo, facilitando o contato entre ambos.
Cebola sempre negou ligação com o PCC, e nem ele nem seu advogado foram localizados para comentar as acusações.
Investigações e o luxo do crime
O Tatuapé tornou-se uma área importante para as lideranças do PCC em São Paulo. Segundo investigações, os chefes da facção investem os lucros do tráfico de drogas na compra de imóveis e veículos caros na região, que tem passado por forte valorização imobiliária.
Embora ostentem propriedades e carros de alto valor, esses bens geralmente não estão registrados em nome dos criminosos para dificultar o rastreamento do dinheiro sujo.
Quem é Cebola?
Sílvio Luiz Ferreira, o Cebola, acusado de usar empresa de ônibus para lavar dinheiro do PCC, tem um histórico criminal extenso. Condenado por tráfico de drogas, ele já passou por diversas prisões em São Paulo, mas segue foragido desde a deflagração da Operação Fim da Linha em abril de 2023, que mirou o setor financeiro do PCC.
Em suas buscas, a polícia encontrou armas e outros indícios no apartamento de Cebola no Tatuapé, embora ele não estivesse presente na ocasião.
Envolvimento com o tráfico e lavagem de dinheiro
Detido inicialmente em 1998 por roubo, Cebola também foi preso em 2012 com grande quantidade de maconha e dinheiro, mas mesmo condenado, não retornou ao cárcere após um habeas corpus em 2014.
Em 2020, ele foi denunciado na Operação Sharks, que identificou um esquema de lavagem envolvendo o envio de mais de R$ 1 bilhão do PCC ao Paraguai por meio do chamado ‘dólar cabo’. Cebola teria papel importante na administração da logística de cargas de cocaína e dos gastos com laboratórios da organização criminosa.
No entanto, a Justiça paulista não aceitou formalmente a denúncia contra ele nesse caso por falta de provas suficientes.

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