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Veja o que deu certo e o que não funcionou na Virada Cultural 2015

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Público aprovou transporte, comida e as principais atrações.
Atrasos, troca de horário de shows e série de furtos foram principais queixas.

 

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A edição 2015 da Virada Cultural terminou sem os grandes contratempos vistos em anos anteriores. Os principais problemas registrados este ano foram o tráfico de drogas e os roubos de celulares e carteiras de quem foi curtir a festa, principalmente no Centro. No entanto, estas ocorrências foram em número bem menor do que no ano passado.

Alguns shows tiveram problemas técnicos ou atrasos para começar, mas de maneira geral, a estrutura do evento, a gastronomia e a qualidade das atrações agradou ao público.

A Virada ensaiava ser confusa e desorganizada alguns dias antes do evento. O show de Anitta foi anunciado e cancelado, assim como o de Margareth Menezes. A polícia reclamou da falta de segurança no Minhocão, até que o local foi vetado para a Virada.

Mas, do primeiro show, às 18h de sábado, até o encerramento na noite deste domingo, com a apresentação de Caetano Veloso, as coisas funcionaram bem. O jornal listou abaixo o que deu certo e o que não funcionou nesta Virada Cultural.

Dentro do que foi possível fazer em um evento com 1.500 atrações, 69 palcos espalhados pela cidade e um público esperado de 4 milhões de pessoas, a segurança foi eficiente. A Policia Militar destacou 3,4 mil policiais, e a Guarda Civil Metropolitana teve 2 mil homens nas ruas.

Até o início da noite deste domingo, 78 suspeitos haviam sido detidos na região central de São Paulo por tráfico de drogas, furtos e roubo. Em 2013, foram dois mortos, quatro baleados e seis esfaqueados. Em 2014 foram 128 detidos e sete baleados.

A Secretaria de Segurança Pública vai divulgar o balanço final de ocorrências na manhã desta segunda-feira (22).

Este ano a Virada teve uma madrugada bem fria. Muita gente se reuniu nos centros onde tinha comida e os deslocamentos entre os palcos foi menor. O esquema de segurança deste ano intensificou o policiamento no trajeto entre palcos, o que foi uma das principais reclamações do público em 2014. Mesmo assim, muita gente amanheceu na delegacia prestando queixa.

O analista de mídias sociais Ricardo Romero, de 27 anos, estava com o celular da amiga pronto para tirar a foto. “Ele pegou o celular e eu saí correndo atrás dele, mas me passaram um rodo e eu caí”, contou. Depois disso, os quatro amigos correram atrás do suspeito e um deles chegou a brigar com o criminoso.

O suspeito foi detido mais tarde depois de abordar mais uma vítima, a estudante de Relações Públicas Jéssica Teodoro, de 19 anos, na região do Anhangabaú. “Eu estava esperando minha amiga, que tinha ido ao banheiro. Ele chegou e começou a conversar com meu amigo. Então o celular vibrou e eu peguei. Nisso, ele me tomou o celular e saiu correndo”, contou. No entanto, a estudante agiu por impulso e reagiu. “Eu demorei seis meses para pagar [por isso ficou nervosa]. Não pensei, pulei no pescoço dele. Nós caímos no chão. Depois meu amigo conseguiu pegar meu celular e me devolver”, disse.

QUALIDADE E VARIEDADE DOS SHOWS

Teve shows e espetáculos para todo tipo de público, como é característica da Virada. E a descentralização das atividades, com muitos palcos nos bairros, ajudou a atender quem mora nos lugares mais afastados do Centro.

Nos palcos centrais, teve muitos shows lotados e outros sem muito prestígio. A programação deste ano do palco Julio Prestes, o principal da Virada Cultural, acertou ao buscar diferentes ritmos e apostar nomes consagrados em cada – até Fábio Jr., expoente do gênero romântico que se apresentou as 3h, atraiu bom público.

Apesar de alguns pequenos atrasos e problemas de som, os fãs não se decepcionaram com a qualidade dos shows. Daniela Mercury é o destaque com um show de duas horas que não homenageou apenas os 30 anos de axé, mas a diversidade dos sons do nordeste. Já Lenine pecou ao focar em seu álbum recém lançado, “Carbono”, e Caetano Veloso poderia ter alongado sua apresentação de encerramento, que teve apenas uma hora e meia.

O funcionário público federal Waldir Pereira, de 52 anos, gostou bastante das atrações musicais e considerou bom o som. “Qualidade está bem melhor que no ano passado.” Ele também adorou a parte de alimentação. “Sensacional o sabor e a variedade. E o preço é acessível.”

O público aprovou a Galinhada promovida na Praça Roosevelt e as comidas oferecidas na Virada Cultural. Em 11 barracas, os chefs Janaina Rueda, Luisa Saliba, Rogério Gomes da Silva, Guilherme Hoffmann, Sandro Pessoa, Flademir Sá, Alex Atala, Giovanni Carneiro de Oliveira, Raimundo Souza Soares e Rodrigo Oliveira apresentaram suas versões da famosa galinhaça da Virada Cultural. Os preços variaram de R$ 15 a R$ 30 e as tendas foram montadas na Praça Franklin Roosevelt.

ORGANIZAÇÃO
A programação sofreu algumas mudanças nos dias prévios à Virada. O Palco Princesa Isabel, por exemplo, tinha três versões para a ordem dos shows de Tiago Abravanel, Tributo a Charlie Brown e Mel Lisboa.

O auxiliar administrativo Genivaldo Rosa, de 61 anos, reclamou  que os horários dos eventos estão confusos. “Tem algumas atrações que não condizem com o horário que aparece no papel (folder do evento, que contém os shows e o mapa).” Ele citou o musical “Lisbela e o Prisioneiro”, que no folder está previsto para as 10h deste domingo e, na realidade, aconteceu apenas às 13h30.

O arquiteto Manoel Alcantara, de 40 anos, também criticou a confusão dos horários. “Teve show que aparecia aqui como sendo às 21h, mas que aconteceu às 20h”, disse. “Imprimiram uma programação, mas mudaram depois. No site estão os horários corretos.”

Paineis com a programação foram espalhados nas saídas de Metrô para orientar o público.

PARA AS CRIANÇAS

A Viradinha Cultural agradou pais e filhos, mas o local acabou sendo pequeno demais para tanta gente. Muitas crianças saíram antes do show Palavra Cantada porque não conseguiram um lugar para ver o espetáculo. O show atrasou uma hora e os músicos tiveram problemas com o sitema de som. Um violão precisou ser trocado.

g1

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