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Vendas de casas no Park Way, no DF, é 50% menor do que há 4 anos
As vendas de casas no Park Way, bairro residencial de classe média alta no Distrito Federal, caíram até 50% se comparado com o mercado há quatro anos, afirma um gerente de imobiliária especializada na região, Rodrigo Leôncio.
“Tem bastante oferta e os preços estão estáveis, mas as vendas estão em uma velocidade mais devagar do que antes. Entre 2007 e 2011, o mercado era bem aquecido. Temos feito negócios, porém está pior e caiu pela metade. Chegamos a vender 15 casas por mês. Hoje está pela metade, vendemos sete ou menos.”
Segundo Leôncio, o mercado acabou “inchado” devido à especulação imobiliária. “Pela própria economia, aquela corrida para vender não existe mais. Quem compra atualmente é para morar. O investidor não tem interesse porque não consegue mais liquidá-la com facilidade.”O gerente, que conta com 60 casas e 35 frações de terrenos disponíveis, afirma que o atual perfil dos compradores é de famílias de casais jovens com crianças que querem se mudar de um apartamento para um local com mais espaço. As residências com maior procura e saída estão na faixa de R$ 1 milhão a R$ 1,7 milhão. As que valem entre R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões podem demorar até dois anos para serem vendidas. “Elas ficam mais empacadas, tem que ter paciência.”
A maioria tem quatro ou mais quartos e cerca de dois mil metros quadrados. As áreas mais valorizadas são as da quadra 14, perto do aeroporto, e as próximas a Águas Claras.
Para o presidente do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi), Carlos Hiram, o Park Way continua sendo importante opção de moradia para a classe média em Brasília, devido aos preços menores do que as casas dos lagos Sul e Norte com padrão equivalente. Hiram também diz que o Park Way é uma região privilegiada no Distrito Federal por contar com terrenos regularizados, mas diz que ainda falta melhoria na infraestrutura da região.
“A regularização trouxe uma população com renda bastante elevada, só que lamentamos que não tenha alguns serviços básicos do governo. Nesse sentido é uma região carente, ela precisa ser contemplada com mais infraestrutura como asfalto, luz e transporte. Há muita interrupção de energia elétrica, por exemplo.”
A diarista Thaíres da Silva, que mora em Ágfuas Lindas de Goiás e trabalha duas vezes por semana em uma casa na quadra 17, precisa ir até a Rodoviária do Plano Piloto para pegar o ônibus para a cidade goiana. Em um dia sem trânsito, ela leva cerca de duas horas para chegar em casa.
“Até para o ônibus chegar no ponto demora. O trajeto, então, nem se fala. Já pensei em largar aqui várias vezes, mas vou aguentando por enquanto. Pago R$ 16,90 por dia e a patroa não dá o dinheiro.”
A região
O Park Way também abrange as áreas rurais da Vargem Bonita, Colônia Agrícola Bernardo Sayão e chácaras remanescentes e conta com uma população de 19.759 pessoas, de acordo com dados da Codeplan de 2014..
Ele é limítrofe com Núcleo Bandeirante, Gama, Guará, Riacho Fundo I e II, Lago Sul, Águas Claras, Santa Maria, Candangolândia e o Aeroporto Internacional de Brasília.
A região se originou como um projeto da Novacap para atividades urbanas e rurais protegendo cursos de água que compõe áreas de preservação ambiental. Segundo a administração regional, ela preserva o formato desde a criação e não é passível de expansão visto que é cercada por outras regiões do DF.
Mesmo assim, Carlos Hiram afirma que, em relação às demais áreas da capital federal, o Park Way ainda tem uma maior disponibilidade de terrenos a serem ocupados. Ao todo, ele conta com 1.189 casas, informou a Secretaria de Habitação.
Corretores
O superintendente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), André Bravim, procurou uma residência no Park Way para comprar. “Vi umas três, me interessei por uma e agora estou esperando a venda de um outro imóvel para fechar negócio. Considerei que o preço estava bom levando em conta que é tudo regularizado.”
Apesar do interesse, ele diz que até para os corretores de imóveis está mais difícil ganhar dinheiro. “Nós sentimos muito, está todo mundo reclamando. A procura caiu bastante.”
Bravim trabalha com clientes que buscam imóveis de alto padrão e fala que o mercado está limitado. “No final do ano passado vimos imóveis para uma embaixada no Lago Sul em torno dos R$ 12 milhões. Queriam uma casa com seis suítes. Em janeiro eles pararam a negociação.”
Fonte: G1
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