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Economia

Vendas de imóveis migram para o digital e aceleram lançamentos no setor

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O mercado imobiliário no Brasil está passando por uma grande mudança na maneira como se compra e vende imóveis. Conforme pesquisa da consultoria McKinsey, cerca de 70% das decisões de compra têm início no ambiente digital. Essa mudança transformou a rotina de construtoras e imobiliárias, que antes dependiam quase que exclusivamente de corretores e indicações, agora encontrando na internet um canal direto para alcançar os compradores.

Antes, as vendas eram impulsionadas por redes de intermediários, o que, embora eficaz, apresentava desvantagens como altos custos, baixa previsibilidade e lentidão na rotatividade dos estoques. A digitalização ofereceu novas opções, com plataformas e redes sociais sendo usadas para campanhas segmentadas, conectadas a páginas de captação de clientes e sistemas de CRM, fortalecendo as equipes internas de vendas e diminuindo a dependência de terceiros.

Thiago Cardoso, estrategista comercial da Milo Marketing de Performance, especializada em marketing digital para o setor imobiliário, explica: “O principal motivo é a mudança no foco dos consumidores. Atualmente, quase todas as pessoas com menos de 60 anos passam várias horas por dia conectadas a plataformas digitais, como redes sociais, buscadores, aplicativos de mensagens ou portais de notícias. Essa presença constante cria um ambiente onde a decisão de compra começa naturalmente”.

Um exemplo prático é o empreendimento Bless Compactos, da Construtora Poliedro, em Cabedelo, Paraíba. Inicialmente, apenas 36% das unidades foram vendidas, totalizando pouco mais de R$ 6 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Isso mudou com a aplicação de uma estratégia digital bem planejada, baseada em anúncios segmentados e captação direta de leads. O resultado foi um aumento para mais de R$ 20,8 milhões em vendas, esgotamento do estoque em tempo recorde e o lançamento do Bless II.

Segundo o estrategista, os dados mostram impacto direto e profundo: “Isso traz previsibilidade, pois com informações sobre custo por lead, taxa de conversão e ticket médio, é possível calcular claramente quanto investir em campanhas para atingir um volume específico de vendas”.

Esse movimento também afeta o mercado de imóveis populares. A LP Negócios Imobiliários, especializada em empreendimentos do Minha Casa Minha Vida, antes dependia de indicações e contatos tradicionais. A entrada no digital trouxe mudanças relevantes. “Antes, quase toda a nossa captação vinha de indicações. Não tínhamos clareza sobre métricas nem previsibilidade digital, o que limitava nosso crescimento”, relata o proprietário Luis Pedro.

Com campanhas de anúncios direcionadas ao WhatsApp, a imobiliária concretizou mais de 20 vendas em apenas um mês, alcançando R$ 300 mil em comissões. “Foi um marco importante para nossa operação”, ressalta.

Especialistas afirmam que esse processo tende a crescer nos próximos anos. Cardoso enfatiza que “as construtoras e imobiliárias que estruturarem seus canais digitais terão mais previsibilidade nos lançamentos e maior autonomia na captação de clientes”.

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