Venezuela considera roubo apreensão de navio petroleiro pelos EUA

O governo da Venezuela denunciou a captura de um navio petroleiro venezuelano por tropas dos Estados Unidos (EUA) como um ato de roubo descarado e pirataria. O navio, que transportava cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo, foi tomado em águas internacionais na última quarta-feira. Essa medida teve impacto imediato, elevando os preços do petróleo no mercado mundial.

De acordo com comunicado oficial do governo de Nicolas Maduro, essa intervenção faz parte de um plano intencional de expropriação dos recursos energéticos nacionais. A nota ressalta ainda o roubo da Citgo, uma empresa estratégica pertencente à Venezuela.

O Escritório de Caracas destacou que as ações hostis demonstram que o foco da agressão prolongada contra a Venezuela não está em questões humanitárias ou democráticas, mas na exploração das riquezas naturais, especialmente o petróleo, que são propriedade exclusiva do povo venezuelano.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, declarou nas redes sociais que a apreensão do navio constitui uma violação das leis internacionais, e garantiu que o país buscará todas as instâncias para denunciar esse ato ilegítimo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a captura do petroleiro, indicando que os Estados Unidos manterão posse do navio, e sugeriu que outras ações semelhantes estão em andamento como parte da pressão militar sobre a Venezuela para provocar mudanças políticas.

Especialistas em geopolítica, como Ronaldo Carmona, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, interpretam a ação como parte de um possível bloqueio naval para cortar as receitas da Venezuela e forçar a queda do governo de Maduro. Essa situação é vista como preocupante para a estabilidade da América do Sul, considerando a escalada de conflitos militares na região.

A apreensão do navio intensifica o cerco militar dos EUA na região, que já vinha realizando ataques a embarcações na área do Caribe, justificando essas ações como combate ao narcotráfico, mesmo sabendo que a Venezuela não integra as principais rotas ou produtores de cocaína no mundo.

Durante a campanha presidencial de 2023, Trump mencionou que em seu primeiro mandato esteve próximo de controlar totalmente a produção petrolífera venezuelana, país detentor das maiores reservas comprovadas de petróleo. Desde 2017, a Venezuela enfrenta um embargo econômico imposto pelos EUA.

Recentemente, a Casa Branca divulgou as novas diretrizes de sua política de segurança nacional, reafirmando a intenção de manter influência predominante na América Latina. Analistas ressaltam que as medidas contra a Venezuela visam a implementação de uma mudança de governo em Caracas, que mantém alianças com países como China, Rússia e Irã, considerados rivais dos EUA no cenário global.