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Venezuela faz exercícios militares por causa dos EUA

A Venezuela mobilizou, nesta quarta-feira (8), suas Forças Armadas em duas regiões litorâneas onde estão localizados os maiores portos do país, como resposta a manobras militares dos Estados Unidos em águas internacionais do Caribe.
No mês anterior, o presidente americano enviou navios de guerra, aviões e um submarino nuclear para o sul do Caribe, próximo à costa venezuelana, alegando combate ao tráfico de drogas. Vinte e um supostos traficantes foram mortos em quatro ataques a embarcações.
Em uma transmissão via rádio e TV, o presidente Nicolás Maduro declarou que o exercício denominado Independência 200 teve início hoje nos estados de La Guaira e Carabobo, e que novas operações militares ocorrerão sem aviso prévio. “O que desejam é provocar uma guerra no Caribe e na América do Sul, para impor um governo marionete e roubar petróleo, gás e ouro”, denunciou.
Nas ruas e avenidas, militares e policiais instruíram milicianos e grupos chavistas no manuseio de armas.
“O amor pela pátria nos motiva!”, afirmou à AFP María Santana, 54 anos, que participava do treinamento em La Guaira junto com sua irmã gêmea, Carmen. “Estou um pouco apreensiva, mas creio que teria coragem […] quando for necessário proteger meu país”, completou Carmen.
Militares também foram destacados no aeroporto internacional de Maiquetía, nos portos, nas alfândegas e em unidades militares e governamentais, conforme informação do ministro do Interior, Diosdado Cabello.
Em Carabobo, a milícia recebeu orientações sobre como proteger “áreas estratégicas” para garantir o funcionamento dos serviços públicos.
No último domingo, o presidente dos Estados Unidos afirmou que os ataques contra pequenas embarcações perto da costa venezuelana foram tão eficazes que não restam mais barcos naquela região do Caribe.
Caracas já havia determinado exercícios em outras áreas do Caribe, além de estados próximos à fronteira com a Colômbia. Além disso, o governo venezuelano estuda a possibilidade de ampliar o estado de comoção, o que daria a Maduro poderes especiais e pode ser declarado em caso de conflito externo que represente uma ameaça grave à segurança nacional, conforme a legislação vigente.

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