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Verão 2025 traz perdas bilionárias para Europa por eventos climáticos extremos

O verão de 2025, correspondente ao inverno no Brasil, foi marcado por ondas de calor intensas, secas severas e inundações que resultaram em perdas econômicas para a Europa da ordem de 43 bilhões de euros (aproximadamente 50,4 bilhões de dólares ou 270,5 bilhões de reais), conforme pesquisa recente publicada em 15 de junho.
Este estudo foi conduzido por Sehrish Usman, da Universidade de Mannheim, na Alemanha, com coautores do Banco Central Europeu (BCE). A análise combinou dados meteorológicos e modelos econômicos para estimar os prejuízos causados por esses fenômenos climáticos, que têm se tornado mais frequentes e severos em decorrência das mudanças climáticas.
As perdas consideradas incluem danos diretos, como a destruição de infraestrutura, áreas agrícolas e imóveis devido às inundações, assim como efeitos indiretos, abrangendo a interrupção da produção durante os períodos de reconstrução, fatalidades e custos com adaptação às novas condições climáticas.
Além disso, o estudo evidencia os impactos prolongados, ressaltando que os custos reais extrapolam os efeitos imediatos dos eventos extremos. Por exemplo, a redução na produção agrícola causada pela seca pode gerar pressões inflacionárias a médio e longo prazo.
Até 2029, os prejuízos macroeconômicos derivados das catástrofes do verão de 2025 podem atingir 126 bilhões de euros (148 bilhões de dólares ou 794 bilhões de reais), segundo as projeções do estudo.
Os países mais atingidos foram Espanha, França e Itália, que registraram perdas acima de 10 bilhões de euros (11,7 bilhões de dólares ou 62,8 bilhões de reais) em 2025. A projeção de médio prazo aponta para perdas superiores a 30 bilhões de euros (35,2 bilhões de dólares ou 188 bilhões de reais) em função da intensificação das ondas de calor e seca.
As nações da Europa Central e Setentrional apresentaram danos menores, embora as inundações tenham aumentado recentemente, o que pode elevar os custos futuros relacionados às mudanças climáticas.
Os autores ressaltam que os valores podem ser subestimados, uma vez que não foram incluídos os efeitos combinados dos eventos climáticos simultâneos, como ondas de calor acompanhadas de seca, nem outras repercussões do aquecimento global, como incêndios florestais.
Além disso, destacam que os dados econômicos de perdas geralmente compilados pelas resseguradoras focam apenas em danos físicos aos bens materiais, deixando de contabilizar efeitos indiretos importantes, como a diminuição da produtividade associada às altas temperaturas.

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