Vereador do PL investigado por abuso sexual pode perder mandato após ação do MPSP

Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), enfrenta risco de perder seu mandato como vereador após uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). O político de Piracicaba está detido desde outubro, acusado de crimes sexuais por várias mulheres.

Segundo a ação de Improbidade Administrativa protocolada em dezembro, o MPSP aponta que as investigações policiais revelaram que Cássio usava sua posição e imagem pública para atrair e abusar de vítimas. Ele oferecia empregos e ajuda, mas submetia as mulheres a situações de violência e constrangimento sexual.

O processo conta com depoimentos sólidos das vítimas, imagens de câmeras de segurança e o próprio interrogatório do vereador, que admitiu ter relações sexuais com as vítimas e manter vídeos com conteúdo íntimo. As autoridades consideram que houve abuso de poder e exploração da vulnerabilidade, apesar de Cássio Fala Pira alegar que os atos foram consensuais.

Com base nas investigações, o Ministério Público requer a condenação por improbidade administrativa, perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos do vereador por cinco anos. Além disso, pede multa equivalente a 24 vezes a remuneração do cargo e proibição de contratar com o setor público pelo mesmo período.

O processo está em fase de citação do réu para apresentação de defesa. A defesa do vereador afirma que ele é inocente e que as acusações têm motivação política, alegando que ele apenas realizou uma denúncia legítima contra outra pessoa no caso das imagens de abuso infantil, e que isso está esclarecido no processo sigiloso.

Cássio foi afastado do cargo e teve o salário suspenso pela Câmara, decisão que ele contestou judicialmente pedindo a retomada dos pagamentos. A Justiça ainda não decidiu sobre o pedido e o vereador permanece preso preventivamente.

As denúncias contra Cássio envolvem seis mulheres que relataram abusos ocorridos entre 2015 e 2018, ocasiões em que ele aproveitava da fragilidade social das vítimas, que enfrentavam desemprego e problemas pessoais, para cometer os crimes.