Vice-presidente da Venezuela critica cerimônia do Nobel da Paz

Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, comparou a cerimônia do Nobel da Paz realizada em Oslo, nesta quarta-feira (10), a um funeral, destacando de forma irônica a ausência da premiada, a líder da oposição María Corina Machado.

Corina Machado confirmou, por meio de um áudio enviado aos organizadores do Nobel da Paz, que conseguiu viajar para a Europa, mas não chegou a tempo para a entrega do prêmio. Em seu lugar, sua filha, Ana Corina Sosa Machado, recebeu o prêmio.

Em declarações transmitidas pela televisão estatal, Rodríguez disse: “Hoje, bem cedo, ao observar o que ocorreu na Noruega, parecia um funeral, porque aquilo se assemelhava a um velório, foi um fracasso completo, um espetáculo sem sucesso, a senhora não apareceu”.

Ela também fez críticas à mobilização militar que os Estados Unidos têm realizado desde agosto no Caribe, ação que Corina Machado tem apoiado.

Rodríguez acrescentou: “Afirmam que foi por medo, pois o povo da Noruega se levantou e saiu às ruas para contestar um prêmio manchado de sangue”, referindo-se aos protestos de grupos de esquerda que ocorreram na véspera.

A vice-presidente venezuelana declarou que o Nobel da Paz enfrenta um sério desgaste em sua credibilidade.

Por sua vez, Corina Machado relatou no áudio divulgado pelos representantes do Nobel que muitas pessoas arriscaram suas vidas para que ela pudesse estar em Oslo.

Até o momento, não se sabe como ela conseguiu deixar a Venezuela, onde vivia escondida após denunciar fraudes nas eleições presidenciais de julho de 2024 e reivindicar a vitória do ex-embaixador Edmundo González Urrutia, que esteve presente na cerimônia do Nobel em Oslo.