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Vidro de 2 km que separa raia olímpica da Marginal Pinheiros custará R$ 15 milhões
Dinheiro será doado por empresas. Remadores e frequentadores reclamaram que mudança poderia provocar aumento da poluição sonora e ambiental.
Um muro que separa há 21 anos a Cidade Universitária na Marginal Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, será derrubado e substituído por painéis de vidro de 2,2 km de extensão, 10 milímetros de espessura e película de proteção. A obra será iniciada em setembro de 2017 e deverá ser inaugurada na semana do aniversário de São Paulo, entre 20 e 25 de janeiro de 2018.
A Prefeitura de São Paulo anunciou a mudança em coletiva à imprensa nesta quarta-feira, informando que o projeto de R$ 15 milhões será totalmente doado pela iniciativa privada.
Parte das marginais será fechada à noite, no período das obras, para o trabalho. Já o uso da raia continuará funcionando sem interrupções. A troca do muro por vidro será feita de forma gradual.
“Havia, a partir de entendimentos feitos com o reitor da universidade, a intenção de integrar a USP à vida da cidade. A Marginal Pinheiros é a via de maior fluxo da América Latina, são 3 milhões de pessoas por dia por ali é a existência do muro era um confinamento é um distanciamento da universidade da capital paulista. No início havia a ideia de um gradil, como o que há no parque Villa Lobos”, afirmou o prefeito João Doria.
Segundo ele, remadores e frequentadores reclamaram que poderia provocar aumento da poluição sonora e ambiental. Estudos da USP confirmaram que poderia haver impacto sonoro, mas não ambiental, e que por isso foi optado pelo vidro.
Em maio deste ano, a prefeitura anunciou a retirada do muro, que inicialmente seria substituído por grades. A ideia agora prevê a demolição do muro que separa a raia olímpica da Marginal Pinheiros com a colocação de um painel formado por alumínio e vidros suspensos, com a ajuda de uma barreira de concreto. Serão três metros de vidro e um metrô de concreto, totalizando quatro metros de altura.
“É um dia para comemorarmos”, disse o reitor da USP, Marco Antônio Zago. “Aquele muro é muito feio. É incompatível com uma cidade moderna”, salientou ele, explicando que na sua visão dava a ideia de que a USP representava um “isolamento, uma vida segregada lá dentro”. “A Universidade é parte da sociedade e deve se integrar”, defendeu, salientando que seu projeto é “derrubar os muros da USP”.
Segundo a prefeitura, o vidro é cinco vezes mais resistente que o vidro comum. O trecho será monitorado por câmeras e também será feito o paisagismo e a iluminação por LED do trecho. O projeto de arquitetura é assinado pela arquiteta Jóia Bergamo e a montagem e o financiamento da obra serão feitos pela Prevent Senior.
“Vocês não vão ver um muro, mas uma vitrine da USP, vai trazer menos stress para todo mundo que passa na Marginal”, disse a arquiteta.
Reclamações
Questionado sobre reclamações do Ministério Público, de que não estaria recebendo informações sobre o projeto, Doria disse: “com todo respeito ao promotor, eu não fui eleito por promotor, eu fui eleito pelo povo eu tenho que prestar contas ao povo de São Paulo”. O reitor da USP, por sua vez, diz que as informações serão repassadas ao MP e que as queixas eram relativas ao impacto de poluição ambiental e sonora e que os estudos que levaram à mudança no projeto atuaram para que não houvesse mais problemas desta forma
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