O governo do Distrito Federal fechou nesta quarta-feira (11) a Esplanada dos Ministérios para a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Cerca de 1,5 mil policiais militares farão a segurança durante o processo, mas o número pode aumentar de acordo com a necessidade, diz a Secretaria de Segurança Pública.
De acordo com a pasta, 150 policiais civis vão atuar durante o processo. Haverá reforço na 5ª DP, na Asa Norte, delegacia que atende as ocorrência da Esplanada dos Ministérios. O GDF vai destacar 160 bombeiros, 44 agentes de trânsito e dez servidores operacionais.
Manifestantes contra e a favor do impeachment serão separados por um muro e um corredor de 80 m no meio do gramado da Esplanada, entre a Catedral e o Congresso. O mesmo esquema foi adotado durante a votação do processo na Câmara Federal.
Máscaras, lenços, bandanas e outros adereços que escondam o rosto estão proibidos. O mesmo vale para objetos cortantes e fogos de artifício. Não será permitida a venda de bebidas alcoólicas no local.
O esquema da operação foi decidido em reunião do comitê de pacificação, com representantes dos grupos pró e contra o impeachment, realizada nesta segunda (9). O GDF informou que os participantes abriram mão de bonecos infláveis gigantes, bandeiras fixadas por paus e projeções de laser.
A secretaria não divulgou estimativa de público durante o processo. Na votação na Câmara Federal, 80 mil estiveram na Esplanada, segundo a pasta.
Votação no Senado
Os parlamentares vão votar nesta quarta o parecer do relator da comissão especial do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), que defende a abertura do processo de afastamento.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (10) que Anastasia (PSDB-MG) e o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, devem ser os últimos a falar – por 15 minutos cada um – na sessão desta quarta-feira (11) que pode afastar a presidente Dilma Rousseff por até 180 dias.
Os senadores vão decidir se o Senado abre ou não o processo de impeachment da presidente. Se a maioria simples (metade dos presentes mais um) aprovar a instauração do processo, Dilma será afastada, e o vice Michel Temer assumirá a Presidência da República. Se o parecer for rejeitado, o processo é arquivado.
Até a última atualização desta reportagem, cerca de 50 senadores estavam inscritos para falar. A intenção de Renan é que cada um se pronuncie por, no máximo, 15 minutos. Segundo ele, será possível concluir os debates e votar a abertura do processo até o fim da noite de quarta-feira. Renan informou que senadores pró-impeachment e defensores do governo devem se alternar na tribuna do Senado para fazerem suas exposições.
“Serão três blocos. De manhã, das 9h às 12h; o segundo, das 13h às 18h; e o terceiro, de 19h em diante […]. O ideal é que [Anastasia e Cardozo] sejam os últimos”, disse Renan.
Renan afirma que os autores da denúncia contra a presidente – os juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior – não vão poder se manifestar nesta quarta-feira, por se tratar de uma sessão de admissibilidade de processo e não julgamento da chefe de Estado.
Orientação de bancadas
O presidente do Senado disse que não é “bom” que os líderes partidários orientem as bancadas sobre a votação a favor ou contra a admissibilidade do processo pelo Senado. “Eu acho que não é necessário. Como é um julgamento, qualquer orientação partidária acaba ajudando a partidarizar um assunto, o que não é bom que aconteça”, disse Renan.
Notificação de Dilma
Renan não quis dar detalhes de como e quando a presidente Dilma Rousseff será notificada da decisão dos senadores. O presidente da Casa disse que ela deve ser informada oficialmente pelo primeiro secretário da Mesa do Senado, o senador Vicentinho Alves (PR-TO). A tendência é que a notificação aconteça na quinta-feira.
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