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Wajngarten nega tentativa de atrapalhar investigação da PF e detalha contatos com a família de Cid

Fabio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), rejeitou as acusações feitas pela defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid de que teria tentado interferir na troca de advogados do tenente-coronel durante as investigações sobre um suposto plano golpista.
Wajngarten mencionou que está avaliando a possibilidade de entrar com uma ação por denunciação caluniosa em resposta às acusações. Ele e o advogado Paulo Cunha Bueno, também associado a Bolsonaro, deram depoimentos na sede da Polícia Federal em São Paulo, nesta terça-feira (1º/7), em um inquérito que apura possível obstrução de justiça. O advogado Eduardo Kuntz, representante do ex-assessor Marcelo Câmara, também prestou depoimento à PF.
Segundo Wajngarten, ele nunca tentou desorganizar ou impedir as investigações. Reforçou que quando Cid foi detido, foi visitá-lo na prisão por respeito à relação que mantinham e que está disponível para prestar apoio se necessário. Ele destacou a diferença entre atrapalhar uma investigação e oferecer ajuda a alguém em dificuldades.
A defesa de Cid alegou que os advogados entraram em contato com familiares do tenente-coronel, incluindo a mãe, esposa e filha, para persuadi-lo a mudar a equipe de defesa. No entanto, Wajngarten afirmou que um dos contatos que manteve foi com o pai de Cid, o general Lorena Cid, que pediu auxílio para inscrever a neta em uma competição de hipismo em São Paulo. Ressaltou que não mantém contato com a família desde então.
Os depoimentos ocorreram simultaneamente na Polícia Federal, com Wajngarten chegando primeiro, seguido por Kuntz e depois Bueno. Marcelo Câmara está sendo investigado por monitorar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e outras autoridades que seriam detidas se o plano golpista tivesse êxito.
Os depoimentos foram ordenados pelo ministro Alexandre de Moraes com base em documentos apresentados pela defesa de Mauro Cid. Moraes indicou que as provas apontam para possível crime conforme a Lei das Organizações Criminosas, tornando os depoimentos necessários para o inquérito.
O caso originou-se de uma investigação que envolve os advogados Luiz Eduardo Kuntz e Marcelo Câmara. A defesa de Cid forneceu várias declarações e documentos que indicam tentativas de contato dos advogados com a família, mesmo após o acordo de colaboração premiada homologado pelo STF.
Entre os materiais estão depoimentos da esposa, mãe e filha adolescente de Cid, e o celular da menor, que está sendo analisado pela Polícia Federal. Há indícios de que os advogados tentaram convencer a filha de Cid, de 14 anos, a excluir informações do aparelho. De acordo com a defesa, conversas indicam que havia uma rotina para limpeza do celular.
Além disso, familiares relataram abordagens pessoais feitas pelos advogados em ambientes sociais, como a Hípica de São Paulo, com o objetivo de influenciar a defesa de Cid.
O ministro Alexandre de Moraes também ordenou que o laudo técnico sobre o conteúdo do celular seja anexado ao inquérito no prazo de dez dias. O processo continua sob sigilo, e os depoimentos fazem parte das diligências autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.

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