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Yad Vashem critica instalação que contesta versão do massacre de Jedwabne

Yad Vashem, o museu israelense dedicado à memória do Holocausto, manifestou nesta quinta-feira sua profunda preocupação com placas recém-colocadas próximas ao memorial do massacre de Jedwabne, na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, classificando-as como uma distorção grave da verdade histórica.
O massacre de Jedwabne ocorreu em 10 de julho de 1941, quando centenas de judeus locais, incluindo mulheres e crianças, foram aprisionados e queimados vivos em um celeiro. Tradicionalmente, acredita-se que agricultores poloneses da região foram os responsáveis pelo crime.
Porém, uma instalação inaugurada próxima ao memorial apresenta uma versão alternativa, sugerindo que uma “unidade de manutenção da paz alemã” foi quem cometeu o massacre, em vez de moradores poloneses. A instalação, composta por sete pedras com placas em inglês e polonês, foi financiada por uma campanha coletiva e atribuída ao jornalista polonês Wojciech Sumlinski.
A narrativa do massacre foi amplamente divulgada pelo historiador americano de origem polonesa Jan Tomasz Gross em seu livro Neighbours (Vizinhos), no qual detalha a participação de cidadãos poloneses no episódio, fato que gerou comoção e levou a um pedido oficial de desculpas do presidente da Polônia em 2001.
Em 2003, uma investigação polonesa confirmou que o massacre foi realizado por poloneses locais motivados pela ocupação nazista, e não diretamente pelos soldados nazistas, como alguns haviam suposto anteriormente.
Yad Vashem solicitou às autoridades polonesas competentes a remoção desta instalação que consideram ofensiva, para que o significado histórico do local seja corretamente mantido e respeitado.
Durante a guerra, milhares de judeus foram mortos por seus próprios vizinhos em zonas rurais da Polônia, enquanto milhares de poloneses arriscaram suas vidas, enfrentando a pena capital, para proteger e salvar judeus do exterminio.

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