Youtuber expulso da UnB ficará seis anos sem estudar na universidade

O youtuber Wilker Leão foi expulso da Universidade de Brasília (UnB) na última sexta-feira (6/9), por violar regras internas estabelecidas na Instrução Normativa nº 01/2023, que trata das Comissões de Processos Disciplinares. Ele ficará impedido de estudar na instituição por seis anos.

De acordo com a norma, a sanção será suspensa após seis semestres letivos, desde que Wilker Leão não cometa nenhuma nova infração disciplinal nesse intervalo.

Motivos da expulsão

Entre as atitudes que levaram à expulsão estavam a gravação não autorizada de professores, humilhações a colegas baseadas em gênero e organização de protestos políticos dentro da instituição. Wilker Leão ganhou atenção em 2022 ao chamar o ex-presidente Jair Bolsonaro de “tchutchuca do Centrão”, incidente que gerou reação do político.

A decisão da reitora Rozana Reigota Naves veda a presença de Wilker Leão nas dependências da universidade e a participação nas disciplinas em que estava matriculado. A medida foi adotada após uma série de ações que desrespeitaram as normas internas e afetaram o ambiente acadêmico.

Histórico de controvérsias

Os conflitos de Wilker Leão com a UnB começaram em agosto de 2024, acumulando denúncias que incluíram uma professora registrando boletim de ocorrência contra ele. Ela revelou que teve aulas gravadas sem autorização e que o youtuber divulgou vídeos editados que prejudicaram sua reputação e vida acadêmica.

No final de 2023, ele foi suspenso por 60 dias das disciplinas História do Brasil 1 e História da África após acusações. Na época, alegou perseguição e falta de direito ao contraditório.

No início do ano, Wilker Leão se matriculou na disciplina Pensamento LGBT Brasileiro com a intenção declarada de desmerecer temas que considerava alinhados à esquerda. O professor da matéria, sociólogo Lucas Brito, afirmou que sua atitude não refletia interesse acadêmico, mas sim a produção de conteúdo para obtenção de receita financeira.

Wilker Leão também tentou organizar um protesto com grupo de direita contra o que chamava de “doutrinação comunista” na UnB. Contudo, a manifestação foi impedida por estudantes contrários, que formaram uma barreira humana para bloqueá-la.