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Zelensky discute plano dos EUA com aliados europeus

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, conversou nesta sexta-feira (21) com os líderes da França, Alemanha e Reino Unido sobre a proposta dos Estados Unidos para encerrar a invasão russa em seu país. O plano americano tem 28 pontos e inclui concessões que fazem Kiev ver a proposta como uma rendição após quase quatro anos de conflito.

O plano, apoiado pelo presidente americano Donald Trump, pede que a Ucrânia ceda territórios para a Rússia, comprometa-se a não entrar na Otan e diminua significativamente suas forças armadas.

Zelensky afirmou no X, depois do telefonema com o presidente francês Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros alemão Friedrich Merz e britânico Keir Starmer, que estão trabalhando no documento preparado pelos EUA, que deve garantir uma paz verdadeira e digna.

Os líderes europeus reafirmaram seu apoio firme à Ucrânia e concordaram em continuar buscando proteger a longo prazo os interesses essenciais da Europa e do país ucraniano, conforme declaração do governo alemão.

A Presidência francesa ressaltou que todas as decisões com impacto para a Europa e para a Otan precisam do apoio conjunto e consenso entre os parceiros europeus e aliados da aliança militar.

Em um vídeo à nação, Zelensky prometeu apresentar alternativas ao plano americano e não trair os interesses da Ucrânia, afirmando: “Vou expor argumentos, persuadir e sugerir soluções diferentes”.

Detalhes do plano americano

De acordo com a proposta dos EUA, a Ucrânia deveria ceder o leste do país à Rússia e aceitar a ocupação de parte do sul. As regiões de Donetsk, Lugansk e a Crimeia – anexada em 2014 – seriam reconhecidas efetivamente como russas, inclusive pelos EUA, e Moscou receberia ainda outros territórios hoje sob controle ucraniano.

A Rússia teria o fim do isolamento com a reintegração ao grupo G8 e a suspensão gradual das sanções. Por sua parte, a Ucrânia teria garantias de segurança confiáveis e reduziria seu exército para cerca de 600 mil soldados.

O plano exigiria que a Ucrânia constitucionalmente renuncie a aderir à Otan, embora aviões europeus possam estacionar na Polônia, país membro da aliança.

Além disso, haveria pressão para que Zelensky realize eleições dentro de 100 dias, uma demanda central de Moscou, que tem pedido a remoção do presidente ucraniano.

Recursos congelados da Rússia, estimados em 100 bilhões de dólares, seriam destinados à reconstrução liderada pelos EUA, com a Europa contribuindo com valor similar.

O governo americano declarou que as discussões sobre o plano continuam, com trabalho discreto de enviados especiais durante um mês. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente vê o plano como bom para ambos os lados e que deve ser aceitável para Rússia e Ucrânia.

Pressão para negociar

A Rússia, que segue avançando na linha de frente, instou o governo ucraniano a negociar imediatamente, alertando que as margens para decisões diminuem conforme territórios são perdidos, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Zelensky revelou que pretende discutir o plano com Trump nos próximos dias.

O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov, que liderou negociações com a Rússia, afirmou que a Ucrânia não aceitará propostas que ultrapassem seus limites inegociáveis.

Deputados próximos ao presidente Zelensky esperam negociações difíceis na semana seguinte. Em Kiev, a fala sobre uma rendição domina as conversas. Um estudante de 18 anos, Danylo Domsky, declarou que espera sinceramente que a Ucrânia rejeite um acordo desse tipo.

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