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Zelensky diz que Rússia não deve ser penalizada por invasão à Ucrânia

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declarou nesta segunda-feira (18), antes de sua reunião com Donald Trump, que a Rússia não deve ser recompensada por sua invasão, após o presidente americano solicitar que a Ucrânia faça concessões para alcançar a paz.

As negociações, que também contarão com a participação de líderes europeus, ocorrem após o encontro realizado na sexta-feira entre o presidente americano e seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca, que não conseguiu estabelecer um cessar-fogo.

Trump, que após sua reunião com Putin deixou de exigir uma trégua para buscar um acordo de paz definitivo, afirmou no domingo que Zelensky poderia encerrar a guerra quase imediatamente, se desejar, mas que para a Ucrânia não seria possível retroceder na Crimeia nem ingressar na Otan.

Zelensky e os líderes europeus alertaram contra concessões políticas e territoriais à Rússia, cujo ataque à Ucrânia desde fevereiro de 2022 já causou dezenas de milhares de mortes.

Zelensky enfatizou no Facebook nesta segunda-feira pela manhã que "a Rússia não deve ser recompensada por sua participação nesta guerra. É Moscou que precisa obedecer à ordem: Pare!"

Antes das negociações com Trump, Zelensky deve se reunir com os líderes europeus do Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Finlândia, além do chefe da Otan, Mark Rutte, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, segundo informações da Casa Branca.

A União Europeia informou que os líderes europeus também terão uma reunião preparatória com Zelensky antes das negociações com os Estados Unidos. A China também pediu que "todas as partes" trabalhem para estabelecer a paz "o mais rápido possível".

Esta será a primeira visita de Zelensky à Casa Branca desde fevereiro, quando Trump e seu vice-presidente, J.D. Vance, o repreenderam por não mostrar gratidão suficiente pela ajuda americana contra a invasão russa.

No terreno, as hostilidades continuam, com ataques letais de drones entre as forças russas e ucranianas.

A Rússia intensificou seus ataques antes das negociações, lançando pelo menos 140 drones e quatro mísseis balísticos entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira, informou a Força Aérea ucraniana.

Um ataque com drones russos a um edifício residencial de cinco andares na cidade de Kharkiv matou pelo menos sete pessoas, de acordo com autoridades locais.

Zelensky chamou os ataques de uma tentativa de "desvalorizar os esforços diplomáticos".

Enquanto isso, bombardeios ucranianos em regiões da Ucrânia ocupadas pela Rússia, como Kherson e Donetsk, causaram duas mortes, informaram autoridades que atuam em Moscou.

Discussão sobre o controle territorial

A Rússia atualmente controla cerca de 20% do território ucraniano.

Em 2014, anexou a Crimeia após um referendo considerado fraudulento por Kiev e pelo Ocidente, e em 2022 fez o mesmo com quatro regiões ucranianas: Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia, embora suas forças ainda não controlem completamente essas áreas.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, espera que um consenso seja alcançado com Zelensky nesta segunda-feira para que os Estados Unidos possam retomar negociações com a Rússia e avançar para um acordo de paz sustentável.

Witkoff afirmou que, durante o encontro no Alasca, a Rússia fez algumas concessões territoriais relativas a cinco regiões ucranianas importantes para o conflito.

Fontes informaram à AFP que o presidente russo está demandando que a Ucrânia ceda completamente o Donbass, incluindo as regiões de Donetsk e Luhansk, no leste do país.

A Rússia também sugere congelar as linhas de frente nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia (ao sul da Ucrânia).

Witkoff comentou que haverá uma discussão detalhada sobre a situação em Donetsk durante a reunião, sem revelar mais detalhes.

Há receios na Europa de que Washington possa pressionar a Ucrânia a aceitar as condições impostas pela Rússia.

Zelensky rejeitou as concessões territoriais, mas demonstrou disposição para abordar a questão durante uma reunião trilateral com Trump e Putin.

Garantias de segurança

Os Estados Unidos não aplicaram sanções adicionais contra Moscou, e a recepção cordial dada a Putin no Alasca, sua primeira visita ao Ocidente desde a invasão da Ucrânia, foi vista como um avanço diplomático para o Kremlin.

Trump mencionou uma proposta de garantias de segurança para Kiev semelhantes ao Artigo 5 da Otan, mas fora do âmbito da Aliança Atlântica, que Moscou considera uma ameaça para suas fronteiras.

O presidente francês indicou que os líderes europeus questionarão até que ponto os Estados Unidos estão dispostos a contribuir para as garantias de segurança propostas à Ucrânia em um eventual acordo de paz.

Zelensky, por sua vez, descreveu como um momento marcante a decisão dos EUA de oferecer garantias de proteção ao seu país.

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