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Zelensky fala sobre novo plano dos EUA para Ucrânia e incertezas continuam

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Volodimir Zelensky revelou que a Ucrânia obteve diversas concessões na última versão do plano dos Estados Unidos para tentar resolver o conflito com a Rússia. Apesar disso, muitas dúvidas permanecem sobre questões territoriais e sobre a aceitação dos termos por Moscou.

O presidente ucraniano destacou que o plano atualizado inclui o congelamento das linhas de frente atuais e a possibilidade de criação de zonas desmilitarizadas.

Zelensky afirmou que o plano de 20 pontos, desenvolvido em conjunto por negociadores americanos e ucranianos, está sendo analisado por Moscou, mas é improvável que o Kremlin renuncie às suas reivindicações territoriais ou à exigência da retirada total das forças ucranianas da região do Donbass.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que Moscou ainda está avaliando sua posição e não comentou os detalhes do plano.

Zelensky reconheceu que o documento atualizado contém pontos que não lhe agradam, porém Kiev conseguiu modificar a proposta original dos EUA, que inicialmente continha 28 pontos e atendia várias demandas russas.

O novo plano exclui a exigência para que a Ucrânia abandone imediatamente a área controlada na região leste de Donetsk, parte do Donbass, e removem a possibilidade de reconhecimento das áreas ocupadas como territórios russos.

Além disso, a condição de que a Ucrânia renuncie formalmente ao ingresso na Otan foi retirada da proposta mais recente, embora os Estados Unidos mantenham a posição de não aceitar a adesão da Ucrânia à aliança militar.

O governo russo continua rejeitando a entrada da Ucrânia na Otan e apresenta isso como um dos motivos da invasão.

Zelensky ainda explicou que nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, a linha de mobilização das tropas será reconhecida como a linha de contato de fato. Um grupo de trabalho será formado para determinar o reposicionamento das tropas e definir os parâmetros para possíveis zonas econômicas especiais.

Ele revelou esses detalhes durante entrevista em Kiev e informou que o plano sugere algumas medidas até então rejeitadas pela Ucrânia, como a retirada de tropas e a criação de zonas desmilitarizadas.

A proposta abre espaço para que a Ucrânia possa retirar parte das forças, por exemplo, de 20% da região do Donetsk sob controle ucraniano, para estabelecer uma zona desmilitarizada.

Zelensky afirmou que a situação é complexa: os russos querem a retirada da Ucrânia de Donetsk, enquanto os americanos buscam uma solução que satisfaça ambos, por meio de uma zona desmilitarizada ou zona econômica especial.

O presidente dos EUA tem pressionado Moscou e Kiev a aceitarem o fim da guerra, iniciada em fevereiro de 2022. Em 2022, a Rússia afirmou ter anexado várias regiões ucranianas, incluindo Donetsk, Kherson, Luhansk, Zaporizhzhia e a península da Crimeia, embora sem controle total.

Vladimir Putin não tem mostrado disposição para concessões e exige recuos das forças ucranianas.

Zelensky admitiu que pode ser necessário ceder em algumas demandas territoriais para manter o apoio militar de Washington.

A Ucrânia também sugeriu transformar Enerhodar, próxima da usina nuclear de Zaporizhzhia, em uma zona desmilitarizada.

Qualquer plano envolvendo a retirada ucraniana para criar essas zonas deverá ser submetido a um referendo no país, explicou Zelensky. O plano também propõe uma administração compartilhada entre EUA, Rússia e Ucrânia para a usina de Zaporizhzhia, mas o presidente ucraniano enfatizou que não deseja supervisão russa no local.

Além disso, anunciou que a Ucrânia realizará eleições presidenciais após a assinatura do acordo, uma demanda feita tanto por Putin quanto por Trump.

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